Plataforma perdeu cerca de 200 mil subscritores ao longo do primeiro trimestre. E apresenta 4 factores para essa quebra.
O crescimento da Netflix já tinha sido modesto e agora houve mesmo uma quebra: pela primeira vez nos últimos 10 anos, a plataforma perdeu subscritores durante um trimestre.
O relatório foi apresentado nesta terça-feira e mostra que, comparando com o último trimestre do ano passado, a Netflix perdeu cerca de 200 mil utilizadores ao longo do primeiro trimestre deste ano.
No final de 2021 havia 221.8 milhões de subscritores do serviço e, três meses depois, essa contabilidade global caiu para 221.6 milhões. Só na Rússia perderam-se 700 mil clientes por causa da suspensão do serviço no país, devido à guerra na Ucrânia.
A expectativa apresentada no relatório aponta para uma quebra 10 vezes superior, ao longo do próximo trimestre: menos 2 milhões de subscritores.
O próprio documento apresenta os quatro factores mais prováveis para esta queda: o ritmo de aceleramento de banda larga, a partilha de contas com pessoas que não moram na mesma casa, a concorrência (YouTube, Amazon, Hulu) que tem vindo a crescer e macro-factores como a crise económica, a inflação, a guerra na Ucrânia e a pandemia.
Em relação ao segundo ponto, a partilha de contas, a Netflix anunciou há um mês o início de um teste em três países da América do Sul, que permitirá adicionar pessoas a uma conta mas com uma mensalidade bem mais baixa.
Apesar de ter menos subscritores, a receita aumentou quase 10% neste primeiro trimestre. O relatório explica que essa subida deve-se ao crescimento anual contínuo de 8% no número de assinaturas pagas, nos anos anteriores.
“No entanto, a curto prazo, não temos aumentado a receita tão rapidamente quanto gostaríamos. A COVID foi disfarçando um pouco o cenário, ao aumentar significativamente o nosso crescimento em 2020”, lê-se.
Numa conversa com os investidores, o director da Netflix, Reed Hastings, admitiu que as séries e os filmes poderão ter anúncios em breve.
O plano passa por baixar o preço de assinaturas, desde que essa subscrição inclua publicidade durante os programas: “Seria uma escolha do cliente e faria muito sentido para as pessoas que querem pagar menos e que não se importam de ver anúncios”.
Estas palavras contrastam com declarações do mesmo Reed Hastings, que no mês passado disse que incluir publicidade não estava nos planos da Netflix.
Pagar para ver publicidade?
Faz mesmo muito sentido!…