Reacções dos jornais franceses – e não só – à primeira volta das eleições presidenciais: “A surpresa é que não há surpresa”.
Na manhã seguinte à primeira volta das eleições presidenciais em França, que terminou com vitória de Emmanuel Macron, espreitámos algumas reacções interessantes ou curiosas, nos jornais franceses.
O actual presidente venceu com 27,8% dos votos, enquanto Marine Le Pen não ficou longe, tal como se previa: 23,1% dos votos.
“O perigo de ver a candidata de extrema-direita chegar ao poder nunca foi tão grande”, avisa a capa do jornal l’Humanité, que em letras grandes pede: “Ela, não”.
O jornal Libération, associado mais à esquerda do que à direita gaulesa, é mais forte na sua manchete desta segunda-feira: “Desta vez, cheira mesmo mal” – e a tradução poderia ser outra.
O Le Figaro destaca que vem aí um “novo duelo” entre Macron e Le Pen, salientando que os dois candidatos na segunda volta melhoraram os seus números em relação à primeira volta das eleições anteriores, em 2017 (Macron com 24% e Le Pen com 21,3% na altura).
Aqui ao lado, o jornal espanhol El País dedica a maioria do texto da sua capa às eleições presidenciais em França: “Macron resiste e vai enfrentar Le Pen pela presidência francesa”.
No dia 24 de Abril, data da segunda volta, vai assistir-se a uma repetição da segunda volta das eleições de 2017 e, apesar de nova vantagem de Macron, “nada está garantido no caminho até ao Eliseu”.
“Le Pen suavizou a sua imagem ao longo destes últimos cinco anos e deixou de assustar a maioria dos franceses”, descreve o jornal diário de Espanha.
Em relação à esquerda francesa, “pouco há para celebrar”.
Numa análise geral, não houve resultados surpreendentes entre os candidatos principais. Voltando ao Le Figaro, lê-se: “Como costumávamos dizer às crianças, a surpresa é que não há surpresa!”.