Não há qualquer tipo de fiscalização sobre os milhões de euros que as autarquias entregam às suas respetivas corporações de bombeiros todos os anos.
Esta é uma conclusão do Tribunal de Contas (TdC), escreve o Público, após uma auditoria revelada esta quarta-feira.
A despesa municipal com bombeiros foi analisada em 35 municípios, tendo sido detetados indícios de infrações financeiras em dois deles: Tomar e Amadora. Haverá agora uma investigação aprofundada para perceber se as autarquias cometeram atos suscetíveis de serem punidos pela lei.
Na Amadora está em causa o pagamento pela autarquia do salário do comandante, algo que a lei deixou de permitir a partir de 2007.
Quanto a Tomar, entre 2015 e 2017, alguns bombeiros trabalharam mais do que aquilo que parece ser possível. Dezenas de operacionais integraram as Equipas de Combate a Incêndios, recebendo suplementos remuneratórios.
“A vários bombeiros, incluindo profissionais, foram consideradas mensalmente mais de 400 horas, o que parece incompatível com o exercício da atividade de bombeiro profissional e com a existência de períodos de descanso”, lê-se no relatório da auditoria.
Há o caso de um bombeiro em específico que, em setembro de 2017, recebeu o equivalente a 634 horas no combate aos fogos — mais de 21 horas por dia, sem qualquer folga, durante o mês inteiro.
Os subsídios de turno e a remuneração pelo trabalho extraordinário também foram considerados sem cobertura legal.
Para o Tribunal de Contas, o Governo deve “definir, de uma forma integrada, os níveis adequados de financiamento público e as responsabilidades pelo controlo da sua boa aplicação”.
O TdC sublinha que “não é possível efetuar um controlo efetivo da boa utilização dos recursos públicos pelos corpos de bombeiros se não existirem parâmetros de avaliação do seu desempenho e se estes não tiverem implicações no respetivo financiamento”.
Aos municípios, o TdC recomenda “que implementem uma fórmula de cálculo dos apoios” às Associações Humanitárias de Bombeiros (AHB) que seja “transparente, relacionada com a quantidade e qualidade dos serviços a prestar, que tenha em consideração os restantes apoios públicos concedidos e adote uma perspetiva plurianual”.
Além disso, o Tribunal diz que os municípios devem fazer “o acompanhamento e controlo dos financiamentos concedidos e dos níveis de serviço contratualizados”.
“Os trabalhos de campo realizados e as informações recolhidas [para a auditoria] suportam a perceção de que os apoios municipais às AHB, embora com algumas exceções, não estão relacionados com a avaliação dos padrões de desempenho operacional e que, em regra, os municípios não procedem ao controlo da aplicação dos apoios concedidos”, lê-se no relatório.
ZAP // Lusa
Mas agora eu pergunto,qual é o espanto?isto não é Portugal?não sejam inocentes.
Tudo é negócio não é? Desde o transporte de doentes até ao combate aos incêndios tudo gera dinheiro… No país dos esquemas, porque é que as corporações de bombeiros haviam de ser diferentes? Não sejam inocentes!
Associações, IPSS, igrejas, etc, etc, etc, tudo organizações pouco transparentes que recebem dinheiros públicos e que tem que ser muito mais controladas!…
Republica Das Bananas No Seu Melhor
Perguntem aos Autarcas Locais e ao Marta Soares (julgado por prevaricação)……Eles sabem das contas !