Guerra na Ucrânia “não é do interesse de ninguém”, disse Xi Jinping a Biden

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CJCS / Flickr

O Presidente da China, Xi Jinping

Os últimos dias ficaram marcados por rumores de que Moscovo terá pedido ajuda militar a Pequim face às dificuldades inesperadas que enfrenta na ofensiva lançada na Ucrânia.

Numa muito antecipada chamada telefónica entre Joe Biden e Xi Jinping, o presidente chinês terá dito ao seu homologo norte-americano que a guerra na Ucrânia deverá terminar o mais cedo possível e apelou às nações que integram a NATO para que prossigam o diálogo com Moscovo, de modo a alcançar esse objetivo. No entanto, o responsável não terá culpado a Rússia pela invasão.

De acordo com informações avançadas pela Casa Branca, a chamada entre os dois chefes de Estado durou quase duas horas e foi “direta, substantiva e detalhada“. O tema da guerra na Ucrânia dominou a conversa, no entanto, não foi revelado se Xi Jinping abordou o conflito como uma “invasão”.

Durante a manhã, a vice responsável pelo Departamento de Estado norte-americano, Wendy Sherman, alertou que a China deveria garantir que não acaba no lado errado da história, referindo-se a um possível apoio militar ou económico à Rússia.

“A China precisa de se assumir como estando no lado certo da história. Precisa de assegurar que que não recue, financeiramente ou de qualquer outra forma, no que respeita às sanções que tenham sido impostas à Rússia”.

Ainda de acordo com as informações avançadas pelo ministério dos negócios estrangeiros chinês, o seu representante terá dito a Joe Biden que conflitos e confrontações não são do interesse de ninguém. “As prioridades de topo são continuar o diálogo e as negociações, evitar as casualidades civis, prevenir uma crise humanitária, um cessar-fogo e acabar com a guerra o mais cedo possível.”

Xi Jinping defendeu ainda que todas as partes deveriam apoiar o diálogo entre a Rússia e a China e as negociações, ao mesmo tempo que Washington e a NATO devem conduzir conversações para resolver a crise ucraniana e as preocupações de segurança que envolvem o país invadido e invasor.

“A crise na Ucrânia é algo que não queremos ver“, disse o presidente chinês, citado pelos meios de comunicação estatais do seu pais. As grandes nações devem “respeitar-se mutuamente, rejeitar a mentalidade da Guerra Fria” e “abster-se de confrontações de bloco”, pode ler-se na declaração do ministério dos Negócios Estranheiros chinês.

Nos últimos dias, e após relatos de que Putin teria pedido ajuda bélica a Pequim, os oficiais norte-americanos alertaram a China para os perigos que o país enfrentaria caso apoiasse a agressão russa. Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, afirmou que os Estados Unidos “não hesitariam em impôr custos” caso a China respondesse positivamente.

A chamada entre Joe Biden e Xi Jinping terá acontecido por proposta do presidente norte-americano e aquando do seu anúncio, ontem, motivou um incidente insólito, já que levou o avião de Sergey Lavrov, ministro dos negócios estrangeiros russo, a inverter a rota que seria, em direção a Pequim, e a regressar a Moscovo.

ZAP //

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