O Sporting venceu este domingo o Marítimo por 4-2, na oitava jornada da Primeira Liga, num jogo em que apanhou um susto, quando os insulares reduziram de 3-0 para 3-2, e foi obrigado a “voltar” ao jogo.
Parecia uma noite tranquila para os “leões”, que protagonizaram uma entrada forte, traduzida em dois golos no espaço de 15 minutos, o primeiro feliz, visto que resultou de um autogolo do defesa insular Patrick Bauer, e o segundo por João Mário, na sequência de um cruzamento perfeito de Nani.
O Marítimo acusou notoriamente o autogolo e foi muito cedo forçado a desmontar a estratégia que trazia e a subir as linhas para pressionar mais alto o Sporting e ganhar a bola em zonas mais adiantadas, na tentativa de repor a igualdade, expondo-se numa fase prematura do jogo.
O autogolo, que surgiu na sequência de um cruzamento de Carrillo, teve, também, o condão de injetar confiança e soltar os jogadores do Sporting, que imprimiram uma dinâmica forte, que o Marítimo sentiu grandes dificuldades para travar.
Um cruzamento perfeito de Nani, à passagem do quarto de hora, aliado ao sentido de oportunidade de João Mário, resultou no segundo golo e reforçou a ideia de que a noite ia ser sossegada para o Sporting, que só não fez o terceiro, ao minuto 27, porque Montero falhou incrivelmente outra assistência soberba do número 77 dos leões, que confere um toque de classe e soluções ofensivas que a equipa não dispunha na época passada.
A ganhar por 2-0, o jogo estava de feição para o Sporting, que via o Marítimo jogar com o bloco subido, a pressionar alto, e abrir espaço nas costas da sua defesa, arriscando sofrer mais golos, enquanto o Marítimo só ameaçou aos 31 minutos, num erro grosseiro de Paulo Oliveira, remediado pela dobra de Maurício.
Aos 32 e 41 minutos, o Sporting podia ter ampliado a vantagem, mas Montero, pouco móvel e sem agressividade, mostrou-se ansioso e precipitado na finalização. O terceiro chegou aos 42, por Paulo Oliveira, a cabecear ao primeiro poste um canto de Nani.
Muda aos 3, acaba aos 4-2
Ao intervalo o jogo parecia resolvido, mas Leonel Pontes e o Marítimo é que não estiveram pelos ajustes e a entrada fortíssima que a equipa protagonizou na segunda parte apanhou o Sporting ainda a “espreguiçar-se” dos três golos de vantagem.
Em nove minutos, o Marítimo fez dois grandes golos, por Maazou, e só não fez o terceiro porque Rui Patrício evitou-o na cara de Alex Soares, com os jogadores do Sporting surpreendidos e a demoraram demasiado a reagir à entrada potente da equipa insular.
Leonel Pontes queria tanto o 3-3 que lançou, a seguir ao 3-2, mais um homem, Dyego Sousa, para a frente de ataque, ao lado de Maazou, mas a entrada deste jogador não se revelou feliz – a equipa ficou a perder com a troca com Edgar Costa – e, por outro lado, o Sporting começou a reagir e a reentrar no ritmo mais acelerado.
O Marítimo continuou a ser ameaçador no ataque, mas o Sporting já conseguia em rápidas transições ofensivas explorar os espaços abertos pelo balanceamento do adversário no meio-campo “leonino” e só não fez o quarto golo, aos 60 minutos, porque Carrillo falhou de forma estrondosa na cara de Salin, após grande jogada entre Nani – esteve em todas – e Adrien.
Foi mesmo dos pés de Adrien que saiu, seis minutos depois, o passe magistral para o coração da área, onde Montero recebe a bola no peito e, com um remate de bicicleta de primeira, fixa o resultado final.
A equipa de Leonel Pontes nunca “atirou a toalha ao chão”, continuou a ameaçar a balizar de Rui Patrício, mas o quarto golo “leonino” quebrou um pouco a equipa do ponto de vista anímico e recuperou a confiança ao adversário, que soube gerir a ponta final do jogo de forma a não correr riscos desnecessários.