Pilotos iraquianos que se juntaram à organização extremista Estado Islâmico estão a treinar militantes na Síria para pilotar três caças que foram capturados pela organização, de acordo com um grupo de ativistas baseado na Grã-Bretanha, que monitoriza o conflito.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), movimento de oposição ao governo de Bashar Al-Assad, afirmou que testemunhas viram os três caças a voar próximo de uma base aérea em Aleppo.
Entretanto, forças iraquianas lançaram um ataque contra os militantes do Estado Islâmico perto de Tikrit, na região entre a Síria e o Iraque, invadida pelos militantes este ano.
O diretor do OSDH, Rami Abdul Rahman, diz que o Estado Islâmico está a usar oficiais iraquianos , antigos pilotos durante o governo do presidente Saddam Hussein, para treinar pilotos de caça na Síria.
“As pessoas viram os caças, eles decolaram várias vezes do aeroporto e estão a fazer voos curtos e depois regressam”, revela Rahman.
Não é conhecido o número de pilotos iraquianos que desertaram.
Os activistas afirma que os aviões avistados pareciam ser modelos MiG-21 e MiG-23, os conhecidos caças de fabrico russo.
O MiG-21, caça ainda no activo na força aérea de alguns países, foi introduzido em 1959 e fabricado até 1985. O seu sucessor, MiG-23, entrou em operação em 1967 e foi igualmente produzido até 1985.
A correspondente da BBC em Bagdá, Sally Nabil, afirma que o Estado Islâmico tem três aviões, que teriam sido capturados em bases militares sírias em Aleppo e Raqqa.
O porta-voz do Comando Central americano, coronel Patrick Ryder, afirmou à Reuters que o Pentágono “não tem conhecimento” de que o Estado Islâmico esteja a conduzir operações de voo.
Aleppo tornou-se um campo de batalha importante na luta entre rebeldes sírios, que agora incluem o Estado Islâmico, e forças do governo, depois de uma revolta contra Assad iniciada em 2011.
ZAP / BBC