Estamos a cometer “os mesmos erros do Natal passado” e vem aí um janeiro “muito pior”

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O antigo diretor dos serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS), André Peralta-Santos, avisou que os portugueses estão a cometer os mesmos erros do Natal passado.

Através da rede social Twitter, o investigador pediu mais medidas para conter a propagação do vírus.

André Peralta-Santos analisou a situação e resposta do Reino Unido e da Dinamarca, de forma a comparar com o nosso contexto. Face à elevada propagação da variante Ómicron, as doses de reforço são importantes. Embora Portugal ganhe no contexto da vacinação completa, perde no âmbito das doses de reforço.

Um estudo do Imperial College London, no Reino Unido, demonstrou que a probabilidade de ir à urgência entre Delta e Ómicron é a mesma — “o que não são boas notícias para os hospitais”.

Portugal ainda não teve a explosão de casos da Ómicron, mas muito provavelmente terá na próxima semana de 20 a 26 de dezembro, mesmo em cima do Natal.

No que toca ao número de pacientes hospitalizados, Portugal ainda continua com boa margem, “mas com crescimentos exponenciais a margem pode acabar rapidamente”.

Perante esta situação, o Governo dinamarquês impôs o uso de máscara em sítios públicos — assim como Portugal —, o encerramento de bares e discotecas, e o encerramento de cinemas e espetáculos. Por sua vez, o Governo britânico decidiu encerrar as discotecas e limitar a lotação em espaços interiores.

André Peralta-Santos diz que para baixar o risco de voltarmos ao caos hospital de janeiro de 2021 é necessário “implementar já algo semelhante ao que a Dinamarca fez”, encerrando “sítios onde há risco de super spreading (bares, discotecas, espetáculos) e limitar lotações de espaços públicos”.

“O risco que corremos é de um janeiro com níveis de doença na comunidade muito elevados e pressão muito elevada nos hospitais com degradação da qualidade e acesso a cuidados não covid”, escreve o médico.

No ano passado decidimos aliviar restrições no Natal e “pagamos caro essa decisão com um janeiro de 2021 de má memória”. Agora, Peralta-Santos diz que “este ano temos de voltar a tomar uma decisão”.

Há duas opções em cima da mesa: prejudicar um setor da economia que envolve elevado risco de transmissão para ter uma janeiro com menos doença e disrupção social ou não fazer nada é assumir um risco muito elevado de pressão elevadíssima nos hospitais.

A maior cobertura vacinal permite que janeiro de 2022 seja bem melhor do que o deste ano, explica o perito, mas com a Ómicron, janeiro de 2022 “será muito pior do que esperávamos há três semanas”.

Daniel Costa, ZAP //

12 Comments

  1. Mas.. a promessa não era, se tivéssemos pelo menos 80% duplamente vacinados não ia voltar tudo ao normal?
    Para que 92% da população se arriscou a tomar uma vacina pouco estudada? e para que fazer promessas senão as vão cumprir?
    Quem estamos a salvar? a dar mais 2 meses de “vida” nos hospitais / lares de idosos aos seniores +80 anos?

      • Já, e tu já ouviste reparaste nos números, os hospitais estão pouco a cima da metade da capacidade e o RT já começa a baixar o que significa que já atingimos o célebre pico, acredito que em janeiro (primeira semana) vamos ter outro pico por efeitos do Natal mas não vai ser nada de especial.

        Por outro lado, os números na europa, especialmente em países pouco vacinados, indicam que esta variante é altamente contagioso mas minimamente mortífera ou perigosa, o que sinceramente é óptimo para esses países atingirem imunidade (natural)

        Não faz sentido deixar de viver e entrar em confinamento, prejudicar mais a economia por causa da porra do vírus.
        Quando raio se vão mentalizar que a pandemia já desapareceu e entrou em estado endémico !!!
        Aprendam a lidar com o bicho é siga para bingo.
        A gripe também mata e não fechamos o país por causa disso.

    • Do seu ponto de vista os outros que se f#dam lembre-se que se lá chegar um dia também será idoso, doente etc… e de certeza que não irá achar piada que um cobarde com medo de levar uma vacina invocando mil e uma justificação para descredibilizar a única solução para evitar confinamentos a repetição e mortes em grande escala, invoque o seu extermínio..

      • Mortes em grande escala? Extermínio? Estamos a falar de covid ou de ebola?
        Pensei que 99% facilmente se safa.. mas algum de nós esta a falar do virus errado.

        Para que tomar uma vacina, se um vacinado pode apanhar e transmitir o mesmo que um não vacinado?
        E já agora que “unica solução”? Voce tem noção do que fala? sabe dos tratamentos que existem que reduzem a mortalidade quase a zero? (Excluindo se entretanto morrer naturalmente ou de comorbidades)

      • Queres ciência eu dou-te os dados que a ciência produz, o ano passado por esta altura estávamos com o dobro de pacientes em UCI, 90 mortos e um RT de 1,20 que atingiu 1,25

        Agora estamos com um Rt de 1,06 ou 1,07 e já a baixar.
        E estou apenas a falar de dados que estes cientistas nos mandaram tomar atenção … agora de repente, estes dados já não interessam porque o pobre coitado precisa de atenção.
        Antes diziam que tinham sido “violentados” pelo o Ronaldo e depois vinham dizer que afinal não Agora è o fim do mundo por causa do covid.
        Salve-se quem puder, vamos, fujam todos, vamos correr a vacinar as crianças para salvarmos o natal se 2030

    • Este é do tipo que diz o que lhe apetece, as televisões vão a correr passar os comentários porque faz notícia, e que de aqui a 30 dias ninguém lhe vai pedir responsabilidades pelos danos que decisões com base na sua ciência de treta possam causar.
      Se usarmos o bom senso e o conhecimento que nos foi dado ao longo do último ano, percebemos pelo Rt que as coisas estão bem controladas e que a vacina está a fazer o seu trabalho e a reduzir os casos graves.

      • Talvez não daqui a 30 dias, mas vamos pedir contas vamos…
        Quando começarmos a saber um pouco mais desta história toda, desconfio que muita gente mesmo vai ter de se explicar!
        E isto aqui em Pt é peixe muito miúdo, comparado com o ‘big picture’.

      • E a única razão pq não há confinamento em Janeiro chama-se ELEIÇÕES, senão era certinho (eles até já têm um mini-confinamento a seguir ao ano novo, mas não dá para mais).
        Ao menos que as eleições sirvam para alguma coisa! 🙂

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