Tiago Petinga / Lusa
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues
Depois de ter anunciado a sua saída do Parlamento, o Presidente da Assembleia da República revela que irá manter-se muito atento ao que aí vem. Ferro Rodrigues deixa três conselhos para o futuro político.
Esta quarta-feira, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, comunicou aos líderes das diferentes bancadas parlamentares que não se voltará a recandidatar nas listas de deputados do PS nas próximas eleições legislativas.
Ferro tomou a decisão de se retirar da vida política, mas garante que irá estar sempre de olhos postos naquilo que será o futuro da democracia em Portugal.
Em entrevista ao Expresso, fez uma abordagem sobre a crise política que o país vive e deixou alguns conselhos ao primeiro-ministro, António Costa.
Primeiramente, Ferro Rodrigues defende que o PS deve “reivindicar claramente uma maioria absoluta” pedido “o máximo de votos para ter um governo suportado por uma maioria do PS”. Contudo, o ainda Presidente da Assembleia da República admite que “é muito difícil em Portugal haver maiorias absoluta”, sobretudo depois do país ter caído numa crise política e estar a passar por um cenário em que houve a necessidade de eleições antecipadas.
Neste caso, Ferro Rodrigues apresenta um plano B. Se o PS não tiver a maioria absoluta deve falar com todos “sem abdicar à partida de uma coligação”. Mas lembra que “as coligações fazem-se com cedências em coisas que não são essenciais nos programas de cada partido”.
Defende, porém, que qualquer coligação que o PS possa fazer deverá ter “uma base parlamentar estável e que não levem ao chumbo do primeiro e do segundo OE”.
Por fim, Ferro coloca a hipótese de o PSD ganhar as eleições legislativas. Neste caso, se os sociais-democratas vencerem e a esquerda não der “uma solução de legislatura”, o PS “deve deixar o PSD governar”.
As eleições antecipadas, convocadas por Marcelo Rebelo de Sousa, acontecem no dia 30 de janeiro de 2022.
Ana Isabel Moura, ZAP // Lusa
