Em causa estão transferências vindas do país sul-americano para ajudar o partido a crescer e aumentar a sua preponderância no cenário político espanhol.
É um dos temas mais discutidos e controversos da política espanhola há anos: a possibilidade de o Podemos, agora Unidas Podemos, ter recebido financiamento vindo da Venezuela. Agora, a Audiência Nacional, um dos principais tribunais espanhóis, ordenou que a polícia espanhola investigasse os autores desses mesmos pagamentos, alguns na ordem dos 12 mil euros. A decisão aconteceu no âmbito de um interrogatório a um antigo chefe de inteligência venezuelana, o qual pertencia, de acordo com o Observador, ao núcleo duro de Hugo Chávez.
Os fundadores do partido, Carolina Bescansa, Jorge Lagos e Ariel Jerez, são suspeitos de terem recebido fundos através das empresas Viu Comunicaciones e Viu Europa, os quais tinham como objetivo ajudar o partido a crescer e a conseguir melhores resultados eleitorais.
Nas mãos da polícia fica agora a responsabilidade de investigar os movimentos bancários dos fundadores, mas também as contas das empresas Viu Comunicaciones e Viu Europa, duas sociedades que também terão estado, alegadamente, envolvidas nos esquemas.
O jornal online aponta ainda que, há um ano, outro dos fundadores do partido, Juan Carlos Monedero, terá recebido das duas empresas, 69 mil euros por um serviço de consultoria que a investigação considera ter sido fictícios. A verba seria destinada à criação de uma moeda única para vários países da América Latina.
A justiça espanhola acredita que Nicolás Maduro, através do seu governo, também terá participado no esquema para financiar o partido espanhol, pelo que se coloca a hipótese de que parte do dinheiro que recebeu da Venezuela tenha sido proveniente da embaixada de Cuba.