Investigadores descobriram que Neandertais se reproduziram com humanos modernos e lhes transmitiram uma estirpe mortal do papilomavírus humano.
O papilomavírus humano (HPV) é responsável por um elevado número de infeções, que na maioria das vezes são assintomáticas e de regressão espontânea. Esta é uma das infeções de transmissão sexual mais comuns a nível mundial.
Durante o tempo em que coexistiram na Europa e na Ásia, humanos modernos e Neandertais acasalaram. Uma equipa de investigadores descobriu agora que os Neandertais provavelmente transmitiram uma estirpe específica do papilomavírus humano aos Homo sapiens.
Ao contrário da encontrada hoje em dia, esta era uma estirpe mortal, que se tornou dominante na Eurásia, escreve o Ancient-Origins.
Para este estudo, os investigadores obtiveram amostras virais de HPV de várias espécies de primatas não-humanos. Além disso, recolheram milhares de genomas de variantes do papilomavírus humano que são encontrados atualmente em humanos.
Os investigadores analisaram o desenvolvimento de uma estirpe particular, conhecida como papilomavírus humano tipo 16 (HPV 16), que é sexualmente transmissível e causa cancro.
Até à data, existem mais de 200 tipos de HPV identificados dos quais cerca de 40 infetam, preferencialmente, o sistema anogenital: vulva, vagina, colo do útero, pénis e áreas perianais.
Os autores não conseguiram obter amostras dos Neandertais, mas as estirpes de HPV encontradas na Eurásia eram diferentes das encontradas em África. Como tal, os especialistas concluem que isto acontece porque os humanos modernos reproduziram com os Neandertais na Eurásia, mas não em África.
Descobriu-se ainda que o vírus evoluiu em sincronia com a evolução das espécies que estava a infetar. Como as diferenças entre africanos e não-africanos comprovaram, o vírus poderia desenvolver-se de forma diferente em populações distintas dentro da mesma espécie.
“Os dados atuais fornecem uma estrutura para desvendar os mistérios dos genomas oncogénicos do HPV à medida que expandimos a nossa compreensão da evolução do hospedeiro viral”, concluíram os cientistas.
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica PLOS Pathogens.