Filho de Muammar Kadhafi libertado da prisão

As autoridades líbias libertaram, no domingo, um dos filhos de Muammar Kadhafi, depois de mais de sete anos de detenção em Trípoli, disse um porta-voz do Governo.

O porta-voz do Governo de transição, Mohamed Hamouda, disse que Al-Saadi Kadhafi saiu em liberdade da prisão Al-Hadaba, em Trípoli, onde muitos funcionários do antigo regime estão detidos a aguardar julgamento, sobretudo devido à repressão da revolta de 2011, que derrubou o governante e levou à sua morte.

Hamuda não explicou as circunstâncias da libertação do filho do antigo líder, mas indicou que a ordem judicial para a libertação tinha já dois anos.

Os meios de comunicação locais noticiaram que Al-Saadi foi libertado após ter sido absolvido nas acusações que remontam à revolta, iniciada em agosto de 2011, contra o Governo do pai.

De acordo com o site de notícias Al-Marsad, Al-Saadi terá viajado para a Turquia.

Na revolta de 2011, Al-Saadi chefiou uma brigada das forças especiais envolvida na repressão contra manifestantes e rebeldes e posteriormente fugiu para o Níger em 2011, de onde foi extraditado, em março de 2014, por “não ter respeitado as condições da estada” no país, de acordo com as autoridades.

Durante o regime de Kadhafi, Al-Saadi era conhecido pelo estilo de vida luxuoso e jogou na liga de futebol da Líbia. Em várias ocasiões, dirigiu a federação de futebol e a seleção líbias.

Segundo o jornal Público, que cita a agência Reuters, a libertação deste filho de Kadhafi resultou de negociações com figuras tribais e com o primeiro-ministro Abdulhamid Dbeibeh.

O diário recorda ainda que a libertação acontece pouco depois de o seu irmão, Saif al-Islam Kadhafi, que tem uma ordem de detenção, anunciar a sua intenção de concorrer às próximas Presidenciais.

A Líbia, rica em petróleo, mergulhou no caos após uma revolta apoiada pela NATO em 2011, que derrubou o ditador de longa data Muammar Kadhafi e dividiu o país entre um Governo apoiado pela ONU em Tripoli e autoridades rivais sediadas no leste do país, cada lado apoiado por uma série de milícias locais, bem como por potências regionais e estrangeiras.

Em dezembro, a ONU estimou em cerca de 20 mil o número de mercenários e combatentes estrangeiros na Líbia.

ZAP // Lusa

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