Os trabalhadores externos que limpam os comboios da CP voltam esta sexta-feira ao serviço, depois de dois dias de greve contra salários em atraso, passando a integrar as novas empresas contratadas pela transportadora ferroviária.
No último domingo, o jornal Público tinha avançado que os comboios da CP arriscavam-se a parar por falta de limpeza devido a uma greve convocada para entre os dias 1 a 6 de setembro.
Entretanto, o Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD), que tinha convocado essa greve de seis dias em protesto contra os salários em atraso na empresa Ambiente e Jardim, decidiu cancelar o protesto assim que recebeu, ao final da tarde desta quinta-feira, a confirmação de que a CP já tinha contratado outras empresas para a limpeza dos comboios.
“Vamos cancelar a greve de imediato e informar os trabalhadores que têm de se apresentar amanhã [sexta-feira] ao serviço, passando a integrar as empresas que a CP contratou para a prestação do serviço”, disse à agência Lusa a coordenadora do STAD, Vivalda Silva.
Entretanto, a CP emitiu um comunicado a dar conta que, “na sequência da consulta urgente, lançada ontem [quarta-feira], para prestação de serviços de limpeza nos seus comboios e instalações, a CP – Comboios de Portugal adjudicou, a quatro empresas, a prestação de serviços de limpeza a nível nacional”.
“Esta prestação de serviços tem início amanhã [sexta-feira], dia 3 de setembro, permitindo, assim, retomar o normal funcionamento da limpeza a bordo dos comboios e nas instalações da CP”, diz o documento.
A greve começou na quarta-feira e, segundo o STAD, a adesão foi quase total a nível nacional, nos dois dias, mas não causou qualquer perturbação na circulação ferroviária.
Os cerca de 500 trabalhadores da Ambiente e Jardim já concretizaram várias ações de luta e o STAD tem tido reuniões com os clientes da Ambiente e Jardim, que têm vindo a substituir esta empresa por outras do setor, que asseguraram aos trabalhadores a manutenção dos respetivos postos de trabalho, conforme está previsto na lei.
O Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e a Câmara Municipal de Sintra também tomaram essa decisão recentemente.
O STAD aguarda por uma posição idêntica por parte da Infraestruturas de Portugal no início da próxima semana.
Segundo o Público, as empresas Ambiente & Jardim SA e Ambiente & Jardim II SA têm os seus bens arrestados devido a dívidas ao Estado no valor de 25 milhões de euros. Por essa razão, os cerca de 1800 trabalhadores estão sem receber os seus salários.
ZAP // Lusa