As espécies humanas extintas ainda “vivem” através do nosso ADN. No caso dos Denisovanos, um novo estudo revela que essa impressão digital genética pode ser encontrada mais facilmente num povo das Filipinas.
De acordo com o site Science Alert, trata-se do grupo étnico filipino “negrito” chamado Ayta Magbukon, que ocupa a península de Bataan, na região de Luzon Central.
Os investigadores chegaram a esta conclusão depois dos resultados da sua análise – com base numa comparação de cerca de 2,3 milhões de genótipos de 118 grupos étnicos nas Filipinas – mostrarem que o nível de ancestralidade denisovana deste grupo é aproximadamente 30% a 40% maior do que o dos Papuas.
Esta situação verifica-se, mesmo sabendo que os “negritos” filipinos mais tarde “diluíram” esses traços genéticos denisovanos dos seus genes com uma mistura mais recente de linhagens do Leste Asiático, que carregam quantidades menores dessas linhagens denisovanas.
Segundo o mesmo site, que cita os resultados desta equipa, mesmo se se tiver em conta esse efeito de diluição, o nível de ancestralidade denisovana dos Ayta Magbukon chega a ser 46% maior do que o dos australianos e dos Papuas.
Os investigadores trabalharam com voluntários e comunidades indígenas que participaram neste estudo, agora publicado na revista científica Current Biology, e o projeto foi reconhecido e implementado numa parceria com a Comissão Nacional de Cultura e Artes (NCCA) das Filipinas.
“Alguns grupos, como o Ayta Magbukon, cruzaram-se pouco com as pessoas que mais tarde migraram para as ilhas”, explicou Mattias Jakobsson, geneticista populacional da Universidade de Uppsala e um dos autores da pesquisa.
“Essa é a razão pela qual o Ayta Magbukon reteve a maioria dos seus genes denisovanos e, portanto, tem os níveis mais altos desses genes no mundo”, concluiu.
É preciso é que sejam felizes.