O primeiro residente de Hong Kong condenado no âmbito da nova lei de segurança nacional foi sentenciado a nove anos de prisão, esta sexta-feira, por terrorismo e incitação à secessão.
Os três juízes, escolhidos pela chefe do Governo de Hong Kong, sustentaram que o jovem, funcionário de um restaurante, defendera a independência da antiga colónia britânica e agora região administrativa especial chinesa, noticiou o South China Morning Post (SCMP).
Tong Ying-kit, de 24 anos, hasteou uma bandeira negra numa moto, na qual se podia ler “Libertem Hong Kong: revolução do nosso tempo”, palavras que o tribunal concluiu que se tratava de uma tentativa de incitar à secessão.
Por outro lado, os juízes entenderam que o residente cometeu também um ato terrorista ao atropelar com a moto três polícias – símbolo da lei e da ordem – e ao intimidar algumas pessoas nas ruas.
O antigo empregado de mesa já tinha sido condenado na terça-feira, mas só hoje foi lida a sentença. Ying-kit tinha sido acusado de conduzir uma moto contra um grupo de agentes da polícia, a 1 de julho do ano passado, precisamente um dia depois de Pequim ter imposto a lei de segurança nacional ao território, na sequência de meses de protestos pró-democratas e antigovernamentais em 2019.
Na altura, o veredicto foi criticado pela Amnistia Internacional, que o classificou como “o início do fim para a liberdade de expressão em Hong Kong”. Já Benedict Rogers, presidente-executivo do grupo de direitos humanos Hong Kong Watch, disse que a decisão é “um golpe para a liberdade de expressão”.
Mais de 100 pessoas já foram detidas ao abrigo desta lei, que prevê penas de prisão perpétua para casos de secessão, subversão, terrorismo ou conluio com forças estrangeiras. As autoridades têm como alvo políticos, ativistas, órgãos de comunicação social, igrejas, escolas e sindicatos.
ZAP // Lusa