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O mistério das auroras de Júpiter foi finalmente desvendado

Júpiter também tem auroras, rajadas de luz visível e invisível que ocorrem quando as partículas interagem com a atmosfera do planeta. No entanto, o fenómeno é muito mais poderoso do que na Terra.

O mistério de 40 anos das auroras de raios X de Júpiter foi finalmente desvendado. Apesar de os cientistas saberem que as auroras são desencadeadas por partículas atómicas eletricamente carregadas que chocam contra a atmosfera de Júpiter, não sabiam como é que os iões conseguem lá chegar.

Depois de combinarem os dados obtidos pelo telescópio XMM-Newton, da ESA, e pela sonda Juno, da NASA, a equipa liderada pela University College London descobriu que as erupções de raios X são desencadeadas por vibrações periódicas das linhas do campo magnético de Júpiter.

Estas vibrações criam ondas de plasma que enviam partículas pesadas de iões ao longo das linhas do campo magnético até chocarem com a atmosfera do planeta, libertando assim energia na forma de raios X.

“Agora sabemos que os iões são transportados por ondas de plasma – uma explicação que nunca foi proposta, apesar de um processo semelhante produzir a aurora da própria Terra. Poderia, portanto, ser um fenómeno universal, presente em muitos ambientes diferentes no Espaço”, explicou William Dunn, citado pelo EurekAlert.

As auroras de raios X ocorrem nos pólos norte e sul de Júpiter, muitas vezes com regularidade. Durante as observações da equipa, Júpiter produzia rajadas de raios X a cada 27 minutos.

De acordo com o artigo científico, publicado dia 9 de julho na Science Advance, as partículas de iões têm origem no gás vulcânico dos vulcões gigantes na lua de Júpiter, Io.

O gás é libertado no Espaço e torna-se ionizado devido a colisões com o ambiente de Júpiter, formando um círculo de plasma à volta do planeta.

Liliana Malainho, ZAP //

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