Uma equipa de cientistas da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, descobriu uma nuvem solitária, maior do que a nossa Via Láctea, numa “terra de ninguém” para galáxias.
A “nuvem órfã” é formada por gás quente que atinge temperaturas extremas entre os 9.700 e os 10.000ºC. Segundo o Science Alert, tem uma massa total de 10 mil milhões de vezes a massa do Sol, sendo maior do que algumas galáxias.
O comunicado da universidade norte-americana avança que a formação se localiza no aglomerado de galáxias Abell 1367, na constelação de Leão, a cerca de 300 milhões anos-luz da Terra.
“É uma descoberta empolgante e também surpreendente. Demonstra que há sempre surpresas novas na astronomia – a mais antiga das ciências naturais”, disse Ming Sun, professor de Física e um dos autores do estudo, publicado dia 1 de junho na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
A nuvem foi encontrada por acaso após uma análise de dados do XMM-Newton, o observatório espacial de raios-X da Agência Espacial Europeia (ESA).
Embora tenha sido descoberta num aglomerado de milhares de galáxias que estão unidas por um ténue gás quente, a nuvem não está associada a nenhuma delas. Encontra-se, segundo Sun, numa “terra de ninguém”.
Os cientistas sugerem que o gás da nuvem é eliminado pela pressão do gás quente do aglomerado, quando a galáxia hospedeira está a flutuar no gás quente a uma velocidade entre os 1.000 e os 2.000 quilómetros por segundo.
É provável que a enorme nuvem de gás tenha sobrevivido durante centenas de milhões de anos depois de ter sido separada da sua galáxia hospedeira. Os investigadores acreditam que o seu campo magnético pode mantê-la unida, suprimindo as forças instáveis que, de outro modo, fariam com que se dissipasse.