Juul concorda em pagar 40 milhões de dólares por comercializar produtos para jovens

A Juul concordou em pagar 40 milhões de dólares (cerca de 33,5 milhões de euros) ao estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos (EUA), para resolver um processo no qual a fabricante de cigarros eletrónicos é acusada de comercializar os seus produtos para menores.

O acordo, anunciado na segunda-feira pelo procurador-geral da Carolina do Norte, Josh Stein, é o primeiro alcançado pela empresa com um governo estadual, noticiou na segunda-feira o Guardian. O acordo inclui restrições às vendas de produtos que atraem jovens e exige que a Juul crie relatórios anuais comprovando a sua conformidade.

Stein indicou, durante uma conferência de imprensa, que começou a investigar a Juul após “ouvir amigos a relatar a devastação que o produto causou na vida das crianças – vício, depressão, notas [escolares] ruins, mudança de escola, tratamento médico e muito mais”.

“A Juul desencadeou e espalhou uma doença, a doença do vício da nicotina. Eles fizeram isso com adolescentes em toda a Carolina do Norte e no país simplesmente para ganhar dinheiro”, referiu, acrescentando: “A ganância deles não é apenas repreensível, é ilegal”.

O dinheiro do acordo, continuou o Guardian, será utilizado para realizar pesquisas sobre métodos que auxiliem os jovens a deixar de consumir este tipo de produto.

“Esperamos trabalhar com o procurador-geral e outros fabricantes no desenvolvimento de potenciais práticas de marketing para toda a indústria, com base na ciência e nas evidências”, disse um porta-voz da Juul. “Além disso, apoiamos o desejo do procurador-geral de empregar fundos para gerar ciência adequada para apoiar as intervenções de saúde pública da Carolina do Norte, reduzindo o [consumo] por parte de menores”.

A Juul fabrica cigarros eletrónicos que funcionam através da vaporização de um líquido com nicotina. No processo, o estado da Carolina do Norte afirmou que a empresa minimizou o dano potencial que os seus produtos podem causar, alimentando uma “epidemia” de consumo entre os jovens.

Sob pressão dos reguladores, a Juul já havia retirado do mercado alguns sabores populares, como manga e pepino, e encerrado as suas contas no Instagram e no Facebook. A empresa enfrenta mais de 2.000 processos judiciais por causa do seu marketing de cigarros eletrónicos.

Taísa Pagno //

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