Radovan Karadzic, antigo líder dos sérvios da Bósnia condenado por genocídio no massacre de mais oito mil muçulmanos bósnios em Srebrenica, em 1995, vai ser transferido para o Reino Unido, onde vai continuar a cumprir pena de prisão perpétua.
O Reino Unido aceitou receber a transferência para o seu território do ex-líder político dos sérvios bósnios Radovan Karadzic, condenado a prisão perpétua por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, para cumprir pena de prisão perpétua.
Radovan Karadzic, de 75 anos, está preso no centro de detenção da ONU em Haia. Aguarda a sua transferência para uma prisão situada fora dos Países Baixos, onde cumprirá a pena, designadamente após ser considerado culpado de envolvimento no massacre de Srebrenica durante a guerra civil na Bósnia-Herzegovina (1992-1995).
“Radovan Karadzic é uma das raras pessoas a ser reconhecida culpada de genocídio. É responsável pelo massacre de homens, de mulheres e de crianças no genocídio de Srebrenica e participou no cerco de Sarajevo com os seus ataques sem remorsos contra civis”, considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab.
“Deveremos estar orgulhosos pelo facto de, desde o apoio britânico para garantir a sua prisão, até à célula que agora o aguarda, o Reino Unido ter apoiado durante 30 anos as requisições da justiça por estes crimes odiosos”, acrescentou.
Detido em 2008 após 13 anos na clandestinidade, Karadzic é o mais alto responsável a ser condenado pelo extinto Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ).
Condenado em primeira instância a 40 anos de prisão em março de 2016, foi condenado em recurso em 2019 a prisão perpétua pelo TPIJ, que o considerou responsável por perseguições, mortes, tratamentos inumanos ou deslocações forçadas de populações, em particular durante o cerco de cerca de quatro anos a Sarajevo.
ZAP // Lusa