Os rastreios mais recentes nas escolas, que decorreram durante a semana passada, revelaram 125 casos positivos de covid-19 em mais de 110 mil testes, de acordo com um balanço divulgado pelo Ministério da Educação esta segunda-feira.
No total, foram testados mais de 110 mil professores e funcionários de todas as escolas dos 2.º e 3.º ciclos, do setor público e privado, que regressaram na segunda-feira ao ensino presencial, e daquelas do pré-escolar e 1.º ciclo em concelhos com mais de 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
O rastreio permitiu identificar 125 casos positivos, o equivalente a uma taxa de positividade de 0,1%, sublinha a tutela, um número semelhante ao registado nos estabelecimentos escolares das zonas de maior risco que reabriram primeiro, ainda em março.
Para o Ministério da Educação, os resultados demonstram como as escolas “se têm afiançado como lugares seguros”.
No rastreio realizado aquando da reabertura do pré-escolar e do 1.º ciclo, a taxa de positividade registada tinha sido também inferior a 0,1%, com 80 casos de infeção entre mais de 82 mil testes.
Em comunicado, o ministério acrescenta ainda que, “paralelamente a esta testagem massiva em ambiente escolar, são feitos os testes regulares de saúde pública, nomeadamente aquando da deteção de casos positivos, procurando identificar-se e quebrar-se cadeias de transmissão, dentro e fora dos portões das escolas”.
A partir da próxima segunda-feira, caso as escolas secundárias reabram conforme previsto no plano de desconfinamento do Governo, haverá também um “primeiro varrimento”, como lhe chamou o ministro Tiago Brandão Rodrigues, com a testagem de todos os professores, funcionários, e incluindo desta vez os alunos.
Nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos localizadas em concelhos de maior risco, os profissionais repetem o teste também na próxima semana.
Depois do primeiro rastreio, o “Programa de Rastreios laboratoriais para a SARS-CoV-2 nas creches e estabelecimentos de educação e ensino” prevê a repetição dos testes 14 dias depois, apenas nos concelhos com um nível de incidência de casos positivos acima de 120/100 mil habitantes.
Os testes rápidos voltam a realizar-se com uma periodicidade ajustada ao número de casos identificados nos primeiros, de acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde.
114 assintomáticos comunicaram autoteste positivo
Segundo dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), mais de uma centena de utentes sem sintomas comunicaram ao SNS 24 o resultado de autoteste positivo.
Os testes começaram a ser distribuídos nas farmácias e parafarmácias a 2 de abril e até hoje “o SNS 24 registou 114 contactos de utentes assintomáticos que comunicaram resultado de autoteste positivo”, adiantou a SPMS em resposta à agência Lusa.
“Quando os utentes transmitem um resultado inconclusivo ou positivo é emitida automaticamente uma requisição de teste laboratorial covid-19 (RT-PCR)”, explicam os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.
Cerca de 100 mil autotestes já foram distribuídos às farmácias do país, anunciou a ADIFA, uma associação sem fins lucrativos que representa os “distribuidores farmacêuticos de serviço completo”, que asseguram “várias vezes ao dia, um fornecimento atempado e contínuo das farmácias a nível nacional, sem exceção ou diferenciação”.
“Na sequência do alargamento da estratégia nacional de testes ao SARS-Cov-2, permitindo a utilização pelos cidadãos de testes rápidos de antigénio ao novo coronavírus (autotestes), os distribuidores farmacêuticos de serviço completo estão empenhados na célere e eficiente disponibilização dos autotestes às farmácias comunitárias e, por conseguinte, às populações, refere a ADIFA em comunicado.
Adianta ainda que, “no âmbito da sua missão de saúde pública, o setor tem vindo a dar resposta diariamente às diferentes necessidades, contribuindo para um acesso adequado a equipamentos de proteção individual, álcool gel, autotestes em todo o país, para além do abastecimento contínuo dos mais variados medicamentos, dispositivos médicos e restantes tecnologias de saúde”.
Entretanto, a Associação de Farmácias de Portugal (AFP) adiantou à Lusa que a procura de testes rápidos de antigénio de despiste da covid-19 estabilizou nestes estabelecimentos comerciais, depois de um pico acentuado no período da Páscoa.
Segundo a associação presidida por Manuela Pacheco, atualmente, a procura por estes testes rápidos, que estão a ser vendidos a um preço inferior a sete euros a unidade, “estabilizou”, com a AFP a prever que “aumente proporcionalmente à evolução da situação epidemiológica nacional”.
A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) já autorizou a comercialização de dois autotestes em Portugal dos fabricantes “Genrui Biotech Inc” e “SD Biosensor, Inc”, que podem ser vendidos à unidade ou em conjunto de cinco e 25 testes.
As regras constam de uma circular conjunta da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), publicada a 19 de março, e que define os critérios de inclusão, operacionalização da utilização e reporte de resultados dos autotestes da covid-19, que só podem ser dispensados a maiores de 18 anos.
Entre 1 de março do ano passado e 7 de abril de 2021, foram realizados em Portugal cerca de 9,4 milhões de testes PCR e testes rápidos de antigénio, quase o número da população portuguesa, segundo dados do INSA.
Testagem massiva da CML alargada a 15 freguesias
O plano de testagem rápida gratuita à covid-19 de moradores das freguesias de Lisboa com maior incidência da doença passou a incluir mais cinco destas autarquias, para um total de 15, anunciou o presidente da Câmara.
No Twitter, Fernando Medina anunciou que o plano se estendeu aos moradores das freguesias de Alcântara, Avenidas Novas, Belém, Campo de Ourique e Misericórdia.
O plano funciona também, desde 31 de março, nas freguesias de Ajuda, Alvalade, Arroios, Estrela, Marvila, Olivais, São Vicente, Santa Clara, Santa Maria Maior e Santo António.
Quando o plano foi iniciado, Fernando Medina tinha alertado que mais freguesias poderiam entrar ou sair da lista de testagem gratuita, à medida que registasse uma relação de casos de covid-19 superior ou inferior a 120 por 100 mil habitantes.
O programa destina-se aos moradores com mais de 16 anos destas 15 freguesias, que podem fazer dois testes rápidos por mês nas farmácias aderentes.
A iniciativa pretende identificar casos de covid-19 mais rapidamente e assim ajudar a conter a pandemia.
Se um teste for positivo, a farmácia aderente reporta o caso detetado no SINAVE, o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.
A marcação pode ser feita presencialmente nas farmácias aderentes, que podem ser consultadas aqui, ou através do número 1400.
Segundo a lista de farmácias no site da autarquia, eram 83 as farmácias disponíveis para testagem nas 24 freguesias lisboetas.
ZAP // Lusa