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Um cérebro stressado (também) pode desencadear a síndrome do coração partido

melodramababs / Flickr

Um novo estudo associou o aumento da atividade cerebral causada por eventos stressantes ao risco de desenvolver Miocardiopatia de Takotsubo (TTS, na sigla em inglês) – condição cardíaca vulgarmente conhecida como “síndrome do coração partido”. 

Descrita pela primeira vez em 1990, a síndrome do coração partido é uma condição caracterizada por um enfraquecimento repentino e temporário dos músculos do coração, fazendo com que o órgão mude de forma. Apesar de ser relativamente rara, pode ser fatal.

A bibliografia até agora publicada sugere que a TTS tende a ser desencadeada por episódios de grande angústia emocional, como tristeza, raiva ou medo, ou por reações a eventos de felicidade. Agora, a nova investigação sugere uma nova causa.

De acordo com a investigação, cujos resultados foram recentemente publicados na revista European Heart Journal, o aumento da atividade cerebral causado por episódios extremamente stressantes está relacionado com o risco de desenvolver esta condição.

O estudo evidencia ainda que quanto maior foi a atividade das células nervosas na região da amígdala do cérebro (região que controla as emoções, a motivação, a aprendizagem e a memória), mais cedo se pode desenvolver a TTS.

A equipa diz que as intervenções levadas a cabo para diminuir a atividade cerebral relacionada com o stress podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver esta síndrome, quer através de medicamentos quer com técnicas para minimizar o stress.

“O estudo sugere que o aumento da atividade neuro-biológica associada ao stresse na amígdala, que está presente anos antes de ocorrer a TTS, pode desempenhar um papel importante no seu desenvolvimento e pode predizer quando é que a síndrome ocorrerá. Pode preparar o indivíduo para uma resposta aguda ao stress que culmina no TTS “, explicou o líder do estudo, Ahmed Tawakol, citado pela agência Europa Press.

E acrescentou: “Também identificamos uma relação significativa entre atividade cerebral associada ao stress e a atividade da medula óssea nestes indivíduos”.

De acordo com a equipa, os resultados oferecem informações sobre um possível mecanismo que pode contribuir para a “conexão cérebro-coração”.

ZAP //

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