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Nota artística: pouco Festival no FC Porto-Sporting

Está bem: Futebol Clube do Porto contra Sporting Clube de Portugal. Segundo classificado recebe o líder. Jogo que pode praticamente definir o novo campeão nacional de futebol. O encontro é naquele estádio junto ao centro comercial. Está bem, está. Eu tenho de ver o Festival da Canção. Há prioridades.

Mas pronto, lá no Dragão, muito antes de começar, os profissionais da rádio estranharam a demora na divulgação das equipas iniciais. O primeiro à espera que o segundo divulgasse primeiro, o segundo à espera que o primeiro divulgasse primeiro… Mas lá surgiram. Sem surpresas.

Nos exercícios habituais, seis guarda-redes no relvado! Três de cada lado, todos em simultâneo. Ei lá, vão jogar todos?

Depois da brincadeira, a seriedade. Nova homenagem a Alfredo Quintana. Tanta gente e, de repente, tanto silêncio.

É o FC Porto que está atrás do Sporting, portanto espera-se uma equipa da casa mais agressiva, a correr mais, a rematar muito mais… Nem por isso. Na primeira parte, não. Houve uma situação criada por Taremi, mas de resto, nada.

O líder pode ter deixado os anfitriões ter a bola durante mais tempo (não muito) mas chegou ao Dragão para, como sempre, jogar olhos nos olhos.

Sérgio Conceição tinha dito que é fácil perceber como joga o comandante do campeonato. É; mas é difícil levar a melhor sobre o Sporting. É difícil desmontar uma equipa bem orientada. E, mais importante, é difícil ultrapassar os modos de uma equipa regida por um bom maestro.

Ao intervalo, os canais de televisão tinham pouco espetáculo para mostrar nos resumos. O normal nos últimos tempos: os supostos jogos grandes originam qualidades pequenas.

A bola longe das balizas pode ter feito lembrar um antigo goleador, mestre do golo nos dois clubes: Mário Jardel. O gigante que foi muito bem assistido pelo João Pinto do Sporting e que ainda se cruzou com o João Pinto do Porto. Aquele lateral que tinha um coração de uma só cor.

Durante o segundo tempo, em algumas fases, houve realmente mais agitação. Mas não houve “massacre” portista, não houve uma sequência vertiginosa de situações claras de golo. Quando houve espaço, Taremi voltou…a falhar. O seu adversário voltou a mostrar que é, provavelmente, a equipa que defende melhor no nosso campeonato e, por isso, não sofreu golos. Outra vez.

E foi uma alegria para o Sporting! Disse Sérgio Oliveira, depois do jogo. Talvez. Mas continua a luta deles. E ficam alegres com isso.

Quem deve estar a gritar, em breve, são os adeptos do Sporting. Passaram quase vinte anos mas, agora, já devem sonhar com aquele cântico muito famoso: “só eu sei”

Em breve, quer dizer… Depende do corona. Só aí é que podem gritar “porque não fico em casa”. Se hoje não ficassem em casa, teriam muitos “porquês” para dar.

Do lado do derrotado, há que sorrir e festejar…por estarmos vivos. Há muito para festejar fora do futebol.

Creio que seria isso que o Alfredo pediria: continuem a vossa festa da vida.

 

Nuno Teixeira, ZAP //

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