Novas observações do telescópio chinês LAMOST permitiram identificar 106 estrelas brilhantes na corrente estelar Sagitário, os destroços da galáxia-anã com o mesmo nome acumulados na Via Láctea.
Em comunicado publicado esta semana, a equipa de cientistas precisa que estes vestígios são o fluxo estelar mais proeminente de toda a Via Láctea.
“Esta típica corrente estelar tem sido amplamente estudada pelos astrónomos, uma vez que pode ser utilizada para limitar o potencial galáctico e nos ajudar a recuperar a história da fusão entre a galáxia anã de Sagitário e a Via Láctea“, explicou o professor ZHAO Jingkun, dos Observatórios Astronómicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências (NAOC), e autor principal do novo estudo, citado em comunicado.
“Até agora, a maior dos estudos sobre a corrente de Sagitário debruçou-se principalmente nas suas propriedade globais. No entanto, no nosso novo trabalho investigamos a corrente nas duas áreas locais do LaCoSSPAr em detalhe”, continuou.
Na mesma nota, os cientistas explicam que o LaCoSSPAr (Levantamento Espectroscópio Completo LAMOST da Área de Apontamento) é um levantamento feito pelo telescópio LAMOST centrado na calota galáctica meridional.
Os cientistas conseguiram ainda estudar o gradiente da metalicidade da corrente, tendo descoberto que esta variava lentamente ao longo da órbita do fluxo.
“As duas áreas na calota galáctica meridional são como lentes de aumento (…) Estas fornecem duas pequenas janelas que demonstram as propriedades locais da corrente de Sagitário e são de grande importância para a compreensão da evolução desta corrente”, explicou ainda, o professor WU Hong, outro dos cientistas envolvido no estudo, cujos resultados foram recentemente publicados na revista The Astrophysical Journal.
A corrente estelar de Sagitário é uma longa e complexa estrutura composta por estrelas que giram em torno da nossa galáxia numa órbita quase polar (passa por ambos os pólos de um planeta ou qualquer outro corpo celeste).