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Vitória SC 2-3 FC Porto | Crença e suor dão triunfo aos dragões

Triunfo da luta e crença até ao fim. O FC Porto foi a casa do Vitória de Guimarães arrancar um 3-2, num jogo em que foi claramente superior, apesar de o resultado apontar para muitas dificuldades.

A verdade é que a equipa minhota raramente causou problemas aos campeões nacionais e marcou dois golos nos dois únicos disparos enquadrados que realizou.

Contudo, nada pôde fazer para travar o amplo domínio dos “dragões”, as sucessivas vagas ofensivas e a exibição de nível superior de Mehdi Taremi, claramente a figura da partida.

 

O jogo explicado em números

  • Sem o castigado Otávio e o lesionado Chancel Mbemba, Sérgio Conceição apostou em Romário Baró para o meio-campo e em Diogo Leite para o eixo defensivo, isto em relação ao triunfo da Supertaça ante o Benfica. Do lado vitoriano, destaque para a titularidade de Ricardo Quaresma, a defrontar a antiga equipa.
  • Logo aos dois minutos, um mau alívio de cabeça de Bruno Varela quase dava golo de Jesús Corona, mas o mexicano atirou por cima. Todavia, primeiro golo aconteceria do outro lado. Aos sete minutos, Rochinha arrancou um pontapé de fora da área, a bola desviou ligeiramente na cabeça de Diogo Leite, o suficiente para enganar Marchesín. Ao primeiro remate os minhotos colocavam-se na frente.
  • O Porto até entrou bem na partida, mandão e a saber perfeitamente o que fazer para ser o “dono” da bola, chegando ao primeiro quarto-de-hora da partida com 70% de posse, três remates, um enquadrado, cinco acções com bola na área contrária e 84% de eficácia de passe. Mas aos vimaranenses continuava a valer o remate solitário.
  • Baró não teve um regresso feliz à titularidade, sendo substituído pouco depois da meia-hora, uma vez que já tinha cartão amarelo e esteve próximo de ver o segundo. Conceição não quis arriscar e tirou o jovem, para lançar Luis Díaz. E quase ao mesmo tempo, Pepe saiu lesionado, entrando Malang Sarr para o eixo defensivo do “dragão”.
  • Nesta fase, os portistas registavam 69% de posse de bola e cinco remates, dois deles enquadrados, enquanto os vitorianos mantinham o mesmo registo ofensivo que lhe garantiu o golo. Tento esse marcado, como referimos, por Rochinha, que liderava os ratings nesta altura do jogo, com 7.4, fruto também de três dribles completos em cinco tentativas e ainda três intercepções.
  • Aos 37 minutos, grande lance do Porto, com a bola a chegar a Mehdi Taremi na grande área e este a rematar, com a bola a passar a escassos centímetros da baliza de Varela. Adivinhava-se o golo do empate, que surgiu aos 42 minutos. Lançamento longo para Marega na área e o maliano, de primeira, serviu Taremi, que só teve de encostar (tento ao sétimo disparo).
  • Igualdade no “Castelo” que não reflectia o que se passara no jogo.
  • O Vitória marcou um golo, no primeiro remate que fez, e depois recuou para tentar lidar com a clara superioridade dos “dragões”, que criaram inúmeras ocasiões de golo, dominaram amplamente e empataram já perto do descanso, pelo melhor em campo até ao descanso.
  • Taremi registou um GoalPoint Rating de 7.3 nesta fase, pelo tento, pelos dois remates enquadrados em três, mas também pelos dois passes para finalização e sete acções com bola na área contrária, máximo do encontro.
  • O Porto voltou a entrar melhor e o Vitória voltou a marcar. Aos 63 minutos, Ricardo Quaresma arrancou um cruzamento milimétrico da direita e Óscar Estupiñán, à entrada da pequena área, cabeceou para o fundo da baliza. Mas a resposta portista, desta feita, foi rapidíssima, e o 2-2 aconteceu logo aos 65 minutos, por Taremi, num remate de primeira na área a centro atrasado de Luis Díaz. Grande jogo em Guimarães.
  • Nesta altura o Porto registava, na segunda parte, 68% de posse de bola, três remates, dois enquadrados, contra dois disparos dos homens da casa, um com boa direcção. O Vitória pecava no passe, pois desde o intervalo não passava de 59% de eficácia. Mas o jogo estava aberto e interessante.
  • Aos 74 minutos, Varela fez uma grande defesa, negando golo a Marega, de cabeça. O Vitória não conseguia estancar o jogo do Porto e o terceiro dos “dragões” adivinhava-se, mais do que o terceiro dos homens da casa. Por isso, aos 75 minutos, João Henriques lançou Miguel Luís para reforçar o “miolo” vimaranense.
  • Nesta fase, as estatísticas globais do jogo mostravam 70% de posse para os “azuis-e-brancos”, 14 remates, seis enquadrados, e impressionantes 40 acções com bola na área contrária, em flagrante contraste com os quatro disparos do Vitória, dois enquadrados (que deram ambos golo) e as sete acções com bola na área portista. Mas a igualdade imperava.
  • Aos 80 minutos surgiu então o 3-2 para o Porto. Luís Diaz dominou na área uma bola bombeada e rematou de pronto para o fundo das redes. Estava consumada a reviravolta, ao 17º remate do Porto, sétimo enquadrado, e o extremo colombiano voltava a saltar do banco para marcar.
  • Apesar da tentativa de reacção vitoriana, os portistas fecharam-se bem e não deram mais hipóteses aos homens da casa de regressarem efectivamente à discussão do resultado.

 

Hugo Delgado / Lusa

O melhor em campo GoalPoint

Grande jogo de Mehdi Taremi. Apesar de ser o homem mais adiantado dos portistas, teoricamente o jogador mais fixo no ataque, a sua movimentação na grande área nunca teve o acompanhamento dos defesas contrários e aproveitou essas veleidades para dar um recitar atacante.

O iraniano foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 9.0, fruto de um bis, quatro remates enquadrados em cinco, três duelos aéreos ofensivos ganhos em cinco, e ainda três passes para finalização e quatro acções defensivas no meio-campo adversário. Taremi registou uma das notas mais altas da época na Liga NOS.

Jogadores em foco

  • Rochinha 7.0 – O segundo melhor em campo e o melhor do Vitória. Rochinha fez uma grande primeira parte, coroada pelo golo inaugural. E manteve a bitola ao longo da partida, registando no final cinco dribles completos em oito tentativas, quatro intercepções, sete passes longos certos em nove e sete recuperações de posse.
  • Luis Díaz 6.8 – O extremo voltou a ser decisivo após sair do banco, embora tenha entrado ainda na primeira parte, para o lugar de Baró. O colombiano fez o golo da vitória portista, registou uma assistência, sete acções com bola na área contrária e completou três de quatro tentativas de drible. A sua nota foi afectada pela ocasião flagrante desperdiçada.
  • Diogo Leite 6.6 – O jovem central jogou na vaga do lesionado Mbemba e esteve em grande plano. Além de ter somado o máximo de acções com bola do jogo (100), registou o máximo de passes certos (78, 88% de eficácia) e de passes progressivos eficazes (a par de Malang Sarr).
  • Wilson Manafá 6.3 – A quase inexistência ofensiva por parte do Vitória em longos períodos do jogo permitiu a Manafá terminar com números ofensivos importantes. Ao todo foram dez passes ofensivos valiosos (máximo do jogo), 87 acções com bola e seis dribles completos em nove tentativas.
  • Sérgio Oliveira 6.0 – Excelente o médio no trabalho defensivo, contribuindo para a grande capacidade de pressão dos portistas sobre o portador da bola. Destaque para seis recuperações de posse e cinco desarmes, o máximo do encontro.
  • Ricardo Quaresma 5.7 – Grande era a expectativa para ver o que Quaresma faria ante o Porto. No final mostrou já algumas dificuldades para acompanhar o ritmo do encontro, mas até lá fez um jogo positivo, com destaque para a primorosa assistência para o 2-2, e ainda completou as duas tentativas de drible.

 

Resumo

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