Os trabalhadores dos CTT vão estar em greve no dia 30 de novembro e em 2 e 3 dezembro em defesa de aumentos salariais para 2020 e do reforço do número de trabalhadores que asseguram o serviço postal, foi hoje anunciado.
De acordo com o secretário geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), Vitor Narciso, a greve deverá ter “um grande impacto no atendimento e no tratamento e distribuição de correspondência, mas é essa a intenção, para que a empresa perceba a indignação dos trabalhadores e a opinião pública perceba o que se passa nos CTT”.
“O que nós pretendemos é que seja reposta a normalidade nos CTT em termos de contratação coletiva e de qualidade do serviço público que é prestado à população, que é cada vez pior, com os atrasos a aumentar na distribuição de correspondência”, disse o sindicalista à agência Lusa.
Vitor Narciso lembrou que o processo negocial se arrastou desde o início do ano e acabou sem qualquer acordo, já em fase de conciliação do Ministério do Trabalho, com a empresa a alegar falta de liquidez para os aumentos salariais.
“A empresa disse que não tinha dinheiro, mas pouco depois distribuiu prémios, com critérios subjetivos, e antecipou o pagamento do subsídio de Natal, parece que o problema não seria a alegada falta de liquidez, mas sim a falta de vontade de aumentar os salários”, afirmou.
O SNTCT é um dos oito sindicais envolvidos nas negociações com os CTT que convocaram a greve de três dias que decorrerá a nível nacional.
Segundo Vitor Narciso, a proposta sindical desceu, na última reunião de conciliação, para um aumento salarial de 20 euros por trabalhador, retroativo a 1 de junho de 2020, em vez de retroativo a janeiro.
“Mesmo assim a empresa não aceitou, mas os trabalhadores não se conformam em não ter aumento este ano”, disse lembrando que desde a privatização dos CTT, em 2013, os trabalhadores tiveram um crescimento salarial de 5,3% ao longo de oito anos.
No mesmo período foram distribuídos dividendos no valor de 360 milhões de euros, acrescentou o sindicalista.
ZAP // Lusa