Um grupo de milícias apoiadas pelo Irão anunciou no domingo que concordou com um cessar-fogo “condicional” contra os interesses ligados aos Estados Unidos (EUA) no Iraque, com a condição de que Washington apresente um cronograma para a retirada das suas tropas.
Segundo noticiou esta segunda-feira o Washington Post, há meses que as milícias têm atacado alvos diplomáticos e militares ligados aos EUA, disparando foguetes contra embaixadas e bases e alvejando iraquianos que conduzem comboios de logística que servem a coligação liderada pelos norte-americanos.
Em resposta, o governo de Donald Trump ameaçou fechar a Embaixada dos EUA em Bagdade, iniciativa que as autoridades iraquianas acreditam que acelerará a ascensão do Irão na disputa.
Mohammed Mohie, porta-voz do grupo Kataib Hezbollah, apoiado pelo Irão, disse no domingo que os ataques parariam enquanto as milícias esperavam que a coligação liderada pelos EUA detalhasse o seu cronograma para a retirada total. “Esta trégua é condicional, e a condição é que aceitemos a sua retirada”, referiu.
Mohie declarou estar a falar em nome da Comissão de Coordenação da Resistência do Iraque, um novo órgão que anunciou uma declaração semelhante no sábado, não tendo sido esclarecido quantos grupos esta representa.
O parlamento do Iraque pediu a expulsão das tropas dos EUA em janeiro, depois que Trump ordenou a morte do general iraniano Qasem Soleimani, em Bagdade. No mesmo ataque, foi morto o líder da milícia iraquiana, Abu Mahdi al-Muhandis.
Desde então, a coligação liderada pelos EUA foi deixando bases em todo o Iraque e prometeu reduzir as tropas de 5.200 para 3.000. Caso esta não divulgue o cronograma de retirada, disse Mohie, as fações da milícia passariam a usar “todas as armas disponíveis”.