Uma equipa de cientistas, liderada pelas Universidades de Northumbria e St. Andrews, em cooperação com a NASA, descobriu um novo tipo de atividade dentro da atmosfera do Sol que poderia explicar como é que a nossa estrela atinge temperaturas de mais de um milhão de graus.
A coroa solar, a parte mais externa da atmosfera do Sol, é centenas de vezes mais quente do que a superfície. Um novo estudo, publicado na Nature Astronomy, encontrou, pela primeira vez, provas diretas de que a reconexão das linhas de campo magnético dentro da coroa resulta em rajadas de energia, que podem explicar a sua alta temperatura.
A superfície da estrela é coberta por campos magnéticos cheios de partículas carregadas que formam laços coronais. Segundo o EurekAlert, estes laços conectam-se à superfície do Sol e mantêm as linhas magnéticas constantemente carregadas de energia.
Por vezes, estas linhas do campo magnético entrelaçam-se, separando-se de seguida e encaixando numa espécie de configuração de linhas lisas – este processo é conhecido como reconexão magnética e, quando acontece, ocorre uma súbita nanoexplosão de energia.
De acordo com os cientistas, um gás aquecido move-se muito rapidamente entre as duas linhas e cria nanojatos. A equipa conseguiu, pela primeira vez, detetar os nanojatos ao lado de nanoexplosões durante um evento de aquecimento da coroa solar, identificando diretamente a reconexão magnética como mecanismo de aquecimento.
O processo pode desencadear outro semelhante, dando início a um efeito dominó que resulta numa série de nanojatos na coroa solar.
Os investigadores utilizaram dados e imagens de alta resolução da sonda IRIS, da NASA. Graças às imagens, a equipa identificou e analisou uma tempestade de nanojatos e o impacto que esta teve na temperatura da coroa.