Ex-membro dos Panteras Negras vai ser libertado após 49 anos de prisão

Um ex-membro do Partido dos Panteras Negras, que está na prisão há quase meio século, vai finalmente conseguir a sua liberdade, depois de um conselho de liberdade condicional de Nova York ordenar a sua libertação.

Jalil Muntaqim, também conhecido como Anthony Bottom, estava preso há mais de 49 anos, tendo sido preso e posteriormente condenado pelos assassinatos de dois policiais em 1971 no Harlem.

De acordo com os termos da sua liberdade condicional, agora o ex-revolucionário deve ser libertado da cadeia de segurança máxima de Sullivan, até ao dia 20 de outubro. Numa audiência no início deste mês, Muntaqim mostrou estar arrependido pelas mortes de Joseph Piagentini e Waverly Jones.

O Partido dos Panteras Negras foi uma organização urbana socialista e revolucionária, fundada por Bobby Seale e Huey Newton em outubro de 1966. O partido atuou nos Estados Unidos de 1966 a 1982, mas tinha grupos que atuavam no Reino Unido no início da década de 1970, e na Argélia entre 1969 e 1972.

A sua criação teve como objetivo controlar o comportamento dos oficiais do Departamento de Polícia de Oakland, e desafiar a brutalidade policial na cidade da California.

Os membros do Partido das Panteras Negras estiveram envolvidos em combates fatais com a polícia, incluindo Huey Newton, que supostamente matou o polícia John Frey em 1967. O partido também esteve envolvido em muitos conflitos internos, incluindo os assassinatos outros assassinatos.

Na altura, o diretor do FBI, J. Edgar Hoover, disse que o partido era “a maior ameaça à segurança interna do país”.

Muntaqim contou ao The Guardian que tinha apenas 18 anos quando se inscreveu nos Panteras. Agora, passados 49 anos de prisão, o revolucionário assume que amadureceu a sua perspetiva, embora mantenha o compromisso com a causa da igualdade racial e da justiça.

“Revolução para mim é o processo evolutivo de construção de um nível mais alto de consciência na sociedade em geral. Eu sou um revolucionário evolucionário”, disse ao jornal.

A libertação de Muntaqim foi violentamente contestada pelo sindicato da polícia de Nova York, e pela viúva de um dos policiais assassinados, Diane Piagentini. Num comunicado, a mulher disse que “está com o coração partido ao ver outro assassino a ser libertado”.

ZAP //

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