A crise motivada pela pandemia está a levar muitos portugueses a procurarem soluções no estrangeiro e alguns estão a cair nas malhas de empresários oportunistas, virando verdadeiros “escravos” em países como o Luxemburgo.
“Há situações catastróficas”, conta ao jornal luxemburguês Contacto, que é escrito em Português, o dirigente da central sindical LCGB, Paul de Araújo.
“As pessoas vêm com contratos negociados em Portugal que não respeitam a legislação luxemburguesa, e quando pedimos informação dizem que descontam o alojamento, o material, tudo”, relata este sindicalista.
O Contacto descobriu o caso de quatro portugueses que acabaram a viver na rua de uma cidade do Luxemburgo, depois de terem fugido das condições miseráveis em que viviam na empresa de um outro português que está sedeada no Grão-Ducado.
Estes quatro trabalhadores responderam a um anúncio de emprego que surgiu em jornais portugueses, com a promessa de casa, comida e um contrato de trabalho no Luxemburgo.
Mas quando chegaram àquele país, a realidade foi bem diferente, deparando-se com condições que comparam a uma escravatura moderna.
“Tivemos de fugir. Éramos tratados como escravos“, conta um destes portugueses ao Contacto.
“Estávamos nove homens num apartamento de dois quartos, com uma casa de banho, em Thil. Às vezes, ficávamos sem luz nem água. O Verão foi muito quente e o calor lá dentro era insuportável”, relata outro destes portugueses ao mesmo jornal.
“Aguentei até estoirar”
Angariados para trabalhar na HP Construction, uma empresa detida por um outro português, estes quatro homens relatam que tinham que trabalhar 10 horas por dia, incluindo aos sábados, a troco de salários muito abaixo do mínimo luxemburguês que nunca chegavam a horas e com valores descontados para alojamento e comida.
“Quando percebi que tinha de trabalhar 60 horas para receber 1500 euros apenas, congelei. Mas eu não tinha dinheiro nem lugar para ir. Aguentei até estoirar“, relata ao Contacto um dos trabalhadores, de 43 anos.
Outro trabalhador que já não está na HP Construction diz que lhe “ficaram a dever dinheiro, como a muita outra gente”.
“O patrão até me disse que não me pagava mais para descontar os dias de baixa quando me aleijei num joelho. E eu aleijei-me numa obra, pois. Agora explique-me lá uma coisa: isto é humano?”, questiona este homem também através do Contacto.
Um dos homens do grupo, de 63 anos, acusa o dono da HP Construction de o ter agredido com uma barra de ferro quando queria ir buscar os seus pertences à casa onde viviam, para se ir embora.
“Nunca lhe toquei com um dedo”, assegura o empresário ao Contacto. Mas outro português garante ao jornal que o viu a “bater no velhote”.
O dono da HP Construction refere à mesma publicação que não tratou mal ninguém, embora assuma que “as casas podiam ser apertadas”. Contudo, garante que “tinham todas as condições e eram uma solução provisória para os homens“.
“E não posso negar se trabalhavam mais um bocadinho do que o horário, mas era a maneira de pouparem algum e ajudarem em casa”, aponta ainda.
“Eu arrisco-me a trazer gente para cá que depois pode não ter profissionalismo, sabe? Sou empresário há dez anos no Luxemburgo, isso deve contar para alguma coisa”, acrescenta também o empresário.
Embaixador receia “rede de tráfico humano”
O Contacto nota que a Inspecção de Trabalho e Minas do Luxemburgo já está a investigar o caso.
O embaixador de Portugal no Luxemburgo, António Gamito, revela ao mesmo jornal que já pediu ao ministério dos Negócios Estrangeiros português que “trabalhasse com as autoridades luxemburguesas para investigar a possibilidade de estarmos perante uma rede de tráfico humano“.
O presidente do Sindicato português da Construção, Albano Ribeiro, anunciou à agência Lusa que vai viajar para o Luxemburgo, mas também para países como Bélgica, França e Alemanha, onde haverá casos semelhantes de exploração de trabalhadores portugueses, para ver como se pode combater o problema.
Albano Ribeiro nota que a situação tem, muitas vezes, a intervenção de “angariadores de mão de obra” que enganam estes portugueses, tantas vezes desempregados e em situação económica difícil. Acabam a emigrar e a ganhar 500 euros mensais quando trabalham ao lado de colegas com ordenados de 2000 euros.
O problema é que não há estátuas de luxemburgueses a não ser no Luxemburgo. Assim não se pode deitar uma abaixo ou pintar umas letrinhas vermelhas. Ah, espera! Esses portugueses não são negros? Então não dá!
Pretendia ser uma piada, já de si idiota, e acabou estúpida e desenquadrada. Retiro o que disse, se possível, e peço desculpa!
Mas sempre pode-se deitar a baixo uma estatua portuguesa, pois os escravizadores são os próprios “donos” portugueses.
É absolutamente lamentável e a todos os títulos deplorável em pleno século 21, esta europa que se diz unida e se entitula de união europeia, mas que de unida não tem nada, a não ser claro na defesa dos interesses das nações mais poderosas( frança, alemanha e holanda) diferenciar cidadãos europeus, como se houvesse europeus de primeira e europeus de quinta categoria, é triste, e depois vêm criticar os EUA , com que moral? Existem montes e montes de relatos de portugueses explorados, escravizados no Luxemburgo, França, Alemanha, Holanda, etc, etc, e não só portugueses, também romenos, ucranianos, e outros, e ninguèm quer saber disso para nada e depois vêm os refugiados de países onde não há guerra nenhuma, portanto não se sabe bem porquê que vêm e que pagam milhares de euros sabe- se lá como para virem para a europa viver à conta de subsídios, o que é isto? Que mundo é este? Para onde caminhamos? Onde anda o bom senso? Agradeço que publiquem se faz favor!
Boa tarde meu amigo, desculpa por meu português em primeiro lugar, sabes porquê que vêm os refugiados de onde não tem guerra??? Por causa da terrível e porcaria da política criada por os que acham devem ser donos do mundo, e acham que sãos os donos do mundo. Um dos principais contente é a Europa…
Mentalidade de alguns portugueses, escravizar para enriquecer, bem investigado esse “patrão” e obrigado a pagar o que deve, fechar portas ou pagar uma multa pesada ficava-lhe bem!
Aconteceu e acontece em Leipzig e toda a Alemanha, em Paris e toda França, em Espanha, Turquia, Inglaterra, no Luxemburgo, etc, o português quando aceita este tipo de contratos que sabe serem duvidosos não faz mais que fujir de um país onde os seus avós, os seus pais e seus filhos foram ou são explorados a vida inteira, por patrões, governo, municípios e outros que sempre viveram à conta do suor de quem trabalha, o problema não está no país pra onde vão ser explorados, o problema está aqui em Portugal e deveria ser corrigido pois somos dos povos europeus com mais baixa qualidade de vida. Nenhum país desenvolvido e rico trata os seus cidadãos como Portugal o faz.
Afinal não é só na Bélgica já começou em Luxemburgo também aqui na Bélgica não fica muito atrás de Luxemburgo aqui até abrem empresa com o nome dos outros depois uva e as leis sociais aparecem em nome da pessoa para pagar eu aqui levem um calote de 2500€de uma empresa de Lousada nem os descontos consta na segurança social passei fome aqui na Bélgica com a minha família havia dias que eu deixava o meu almoço de levar para o trabalho para a minha filha e esposa almoçarem é lamentável o que se passa no dia a dia de nós trabalhadores da construção que saímos do nosso próprio país para tentar uma vida melhor e fazem nos isto e depois vão para Portugal armados em finos só queria que houvesse justiça contra esses patrões de merda mesmo eles saberem da nossa situação em Portugal com mulher e filhos renda para pagar carro para pagar é lamentável muito lamentável
Isto não tem nada a ver com a Europa e com os países ricos e pobres, tem sim a ver com a cultura dum povo, sou português mas tenho vergonha de ser português como esses filhos da p**a que por uns trocos traiem a confiança dos seus conterrâneos, o português é assim, para os estrangeiros dão o cu e cinco tostões para os conterrâneos só não os lixam se não puderem, não é só no Luxemburgo, no Canadá é a mesma merda, chulos é o que essa gente é.
Infelizmente isso ocorre aqui também com os imigrantes que são explorados em fábricas sem condições. Muitos nem recebem o ordenado.
Já se estava mesmo a ver… Tinha que haver empresários portugueses envolvidos. Isto passa-se em todos os países. A maior parte dos portugueses não sabe falar nenhuma língua estrangeira. Quando estão de férias na praia de Mira sabem dizer “Jean Pierre tu vas tomber”, más quando chegam a França e se precisarem de comer dizem “eu querer batatés”. É um complexo de inferioridade inacreditável e uma santa ignorância…!
Realmente nós portugueses não estamos bem em muitos sentidos da vida.
A culpa disto é da União europeia fazer tantas leis e não ter lei laboral comum para todos os paises e ter secção para verificar o trabalho na União europeia para europeus.
Se isso fosse com os maroquinos que chegaram as costas portuguesas, já os tinham matado e não trabalhavam,acusavam de racismo e pediam logo nacionalidade lexumburguesa.
Isto já existe há anos contratam em portugal assinando papel e não explicam os vários pontos do contrato é portugues (africano) e especializado e barato e escravo .
Sempre existiu e sempre existirá em todo o mundo, relativamente à UE enquanto não for unida realmente e existirem leis laborais comuns e sobretudo fiscalização a sério será o de sempre chicos espertos a enriquecer à custa de pessoas aflitas por uma situação melhor . Mas quem poderia por um ponto final nisto também têm pouco interesse em resolver e agora menos vêm aí eleições e há mais que fazer …