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Descoberta acidental. As cinco maiores luas de Urano são estranhamente parecidas com Plutão

New Horizons / NASA

Urano, que se localiza na região mais escura do alcance planetário do Sistema Solar, não está sozinho. É acompanhado por 27 luas. Distantes e escuras, são difíceis de estudar, mas os astrónomos fizeram uma surpreendente descoberta acidental.

Uma equipa de investigadores usou dados do telescópio espacial europeu Herschel para estudar as luas de Urano: Titânia, Oberon, Umbriel, Ariel e Miranda. Os cientistas conseguiram medir a forma como as luas são aquecidas pela luz do Sol, que está a cerca de três mil milhões de quilómetros de distância.

Os astrónomos descobriram que estas grandes luas armazenam o calor da superfície surpreendentemente bem e arrefecem de forma relativamente lenta.

Este perfil é semelhante àquele que os investigadores observaram além da órbita do outro gigante de gelo no nosso Sistema Solar, Neptuno, em planetas anões como Plutão e Haumea.

Essas observações contrastam com estudos independentes anteriores das luas externas e irregulares de Urano. Estas são semelhantes aos Objetos Transneptunianos, corpos mais pequenos que orbitam as outras bordas do Sistema Solar. Essa dualidade de propriedades térmicas é mais uma evidência de que as luas irregulares podem não se ter formado com o planeta.

“Isto encaixar-se-ia com as especulações sobre a origem das luas irregulares”, disse o co-autor Thomas Müller, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, em comunicado. “Por causa das suas órbitas caóticas, presume-se que foram capturados pelo sistema uraniano apenas numa data posterior.”

O estudo usou dados do agora extinto Observatório Herschel da Agência Espacial Europeia, um telescópio espacial infravermelho. Porém, obter os dados não foi fácil. O biomarcador térmico de Urano é extremamente brilhante. Estas cinco luas são entre 500 e 7.400 vezes mais fracas do que o planeta, por isso a equipa teve de encontrar soluções criativas para extrair o sinal fraco das luas. Ao saber exatamente onde as luas estavam localizadas, a equipa conseguiu captar todos os sinais ao redor do planeta.

“Todos ficamos surpreendidos quando quatro luas apareceram claramente nas imagens e pudemos até detetar Miranda, a mais pequena e mais interna das cinco maiores luas uranianas”, disse o autor principal Örs Detre, do Instituto Max Planck de Astronomia.

Este estudo foi publicado este mês na revista científica Astronomy & Astrophysics.

ZAP //

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