A velha expressão popular “comer com os olhos” nunca fez tanto sentido, de acordo com um estudo que revela que uma refeição, se for empratada artisticamente, é mais saborosa – e os comensais estão dispostos a pagar mais por isso.
No estudo, publicado no jornal Flavour, uma equipa da Universidade de Oxford, na Inglaterra, avaliou as reacções dos participantes a um mesmo prato apresentado de diferentes maneiras.
Inspirado na “Pintura Número 201”, de Wassily Kandinsky, o chef franco-colombiano Charles Michel, um dos autores do estudo, apresentou uma simples salada, empratada com semelhanças com obra de arte, para explorar como a apresentação dos alimentos afecta a experiência da refeição.
Participaram na investigação 30 homens e 30 mulheres. A cada um foi oferecido um prato de salada, o qual tinham de avaliar antes e depois de a comer.
No total, havia três opções de pratos, todos feitos exactamente com os mesmo ingredientes e nas mesmas quantidades, variando apenas na apresentação.
O primeiro tinha todos os ingredientes misturados no centro do prato; a segunda opção era bastante organizada, com os ingredientes apresentados separados um do outro; por fim, a terceira opção, a “artística”, a disposição apresentava semelhanças à obra do artista russo.
Este último prato recebeu uma nota mais alta a nível de complexidade, apresentação artística e aprovação geral. Depois da degustação, recebeu também valores mais altos relativamente ao sabor. Isto apesar de terem sido preparados de forma semelhante às outras duas opções.
O preço que os participantes estavam dispostos a pagar pela refeição também era bem diferente, ou seja, o dobro pelo prato de salada artística.
Neste caso, porém, os cientistas acreditam que tal pode estar associado à complexidade aparente do prato e do esforço envolvido na sua preparação.
CG, ZAP