O ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, disse que há pressão da China sobre a ilha para aceitar condições políticas que farão de Taiwan o próximo Hong Kong.
A Presidente de Taiwan recebeu esta segunda-feira o secretário de Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar, na mais importante deslocação de membros do Governo norte-americano desde a rutura formal das relações diplomáticas entre Washington e Taipé, em 1979.
“A vossa visita representa um grande passo em frente na cooperação antipandémica entre os nossos países”, disse Tsai Ing-wen, no momento em que recebeu a delegação norte-americana liderada por Azar, cerca das 10:00 (03:00 em Portugal).
Por seu lado, Azar afirmou que “é uma honra trazer uma mensagem de forte apoio a Taiwan” do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e elogiou “o êxito” na prevenção da covid-19 na ilha, que considerou “uma das mais bem sucedidas do mundo”.
“Os nossos valores democráticos partilhados trouxeram sucesso à saúde”, disse.
A delegação dos EUA foi submetida a um teste de coronavírus ao aterrar, no domingo, e viajará em veículos especiais durante a estada na ilha, para evitar o contágio. Azar é o primeiro membro do Governo dos Estados Unidos a visitar Taiwan em seis anos.
“A nossa vida diária é cada vez mais difícil devido à contínua pressão da China sobre Taiwan para que aceitemos condições políticas que farão de Taiwan o próximo Hong Kong”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu.
Durante a visita de Azar, aviões da força aérea chinesa cruzaram a linha imaginária que separa o estreito de Taiwan. Segundo um comunicado difundido pelo ministério da Defesa de Taiwan, caças J-10 e J-11 sobrevoaram a referida área por volta das 09:00 (02:00, em Lisboa).
O exército da ilha seguiu os aviões, através do sistema de mísseis antiaéreos terrestres, e emitiu uma advertência verbal aos caças chineses, antes de enviar uma patrulha para os intercetar e “expulsá-los”.
O Quartel-General da Força Aérea de Taiwan assegurou que esta “invasão deliberada deteriora a situação no Estreito de Taiwan” e “prejudica gravemente a segurança e a estabilidade na região”.
ZAP // Lusa