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Novo método prevê erupções solares com algumas horas de antecedência

Um novo método capaz de prever explosões solares poderia ajudar a Humanidade a preparar-se contra possíveis desastres causados por este fenómeno explosivo da nossa estrela.

As erupções solares são explosões que ocorrem na superfície do Sol e que libertam plasma e partículas supercarregadas. Apesar de a Terra ter a proteção da magnetosfera, parte dessa radiação pode chegar à atmosfera superior, causando tempestades geomagnéticas.

Este tipo de tempestades pode ser verdadeiramente catastrófico para o nosso planeta. Em 1859, foi registada uma tempestade tão grande que formou auroras boreais em países como Cuba. Além disso, equipamentos elétricos, como baterias, foram afetados por fortes descargas elétricas, que causaram curto-circuitos e explosões.

Uma vez que os cientistas não sabem exatamente como é que as erupções são desencadeadas no Sol, não há forma de prever quando poderá acontecer um fenómeno deste género. Pelo menos, até hoje.

Kanya Kusano, do Instituto de Pesquisa Ambiental Espaço-Terra do Japão, afirma que a sua equipa encontrou um método eficaz de prever as explosões.

Segundo o New Scientist, o método, apelidado de “esquema kappa“, consegue prever erupções solares muitas horas antes de acontecerem. A equipa aplicou o método aos dados recolhidos entre 2008 e 2019 e conseguiu prever sete dos nove maiores surtos ocorridos até 24 horas antes.

De acordo com o artigo científico, publicado recentemente na Science, o esquema kappa baseia-se nos campos magnéticos associados às explosões solares.

Antes de uma erupção começar, as correntes elétricas fluem ao longo das linhas de campo magnético do Sol. Quando duas dessas linhas se sobrepõem, elas passam por um processo conhecido como reconexão, unindo as linhas e libertando uma vasta quantidade de energia – a erupção solar.

A equipa conseguiu prever onde e quando estes eventos de reconexão ocorrem usando dados magnéticos e de imagem do Solar Dynamics Observatory (SDO), da NASA. Os cientistas só não conseguiram observar duas explosões, porque tiveram eventos de reconexão muito acima da superfície solar, não se enquadrando no campo de visão do SDO.

Os investigadores esperam que este novo método possa ser usado para prever grandes explosões solares no futuro. “Agora estamos a tentar implementar esta descoberta para uma previsão muito prática do clima espacial”, rematou Kusano.

ZAP //

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