As autoridades de San Francisco, no oeste dos Estados Unidos, aprovaram o financiamento para a construção de uma rede de prevenção de suicídios ao longo da famosa ponte Golden Gate.
O conselho responsável pela administração da ponte votou por unanimidade um pacote de financiamento, de 55 milhões de euros, para a melhoria.
Desde que a ponte foi inaugurada, em 1937, mais de 1400 pessoas já se suicidaram saltando da Golden Gate.
Em 2013, foi registado um número recorde de 46 suicídios.
A votação marca a última etapa no que tem sido uma campanha de décadas, levada a cabo das famílias dos mortos.
“Para os sobreviventes, ver mais pessoas acrescentadas ao nosso grupo enquanto se espera por um pacote de financiamento tem sido insuportável”, diz John Brooks, cuja filha morreu depois de saltar da ponte, em 2008.
Arrependimento
A instalação de uma rede de aço inoxidável foi aprovada em 2008. Foi escolhida entre outras opções de prevenção de suicídios – como a construção de parapeitos na ponte.
Mas o financiamento para o projecto até agora era um grande obstáculo.
O problema só foi superado quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou uma lei que permite que barreiras e redes de segurança possam ser financiadas com a ajuda de recursos federais.
O governo em Washington vai assim cobrir quase metade dos custos da obra na Golden Gate.
A rede terá 6 metros de largura em cada lado da ponte e deve ficar pronta apenas em 2018.
Durante uma conferência de imprensa colectiva, na quinta-feira, antes da votação, uma das poucas pessoas que sobreviveram à tentativa de suicídio da ponte contestou o argumento de que potenciais suicidas podem encontrar outras maneiras de se matar, mesmo que as redes sejam instaladas.
Kevin Hines, de 32 anos, disse que sentiu “arrependimento imediato” assim que saltou.
“Nenhuma alma, nenhuma alma a mais será perdida para a ponte”, disse Hines.
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Uma das mais famosas pontes do mundo, a Golden Gate, em São Francisco, nos Estados Unidos
ZAP / BBC
