A Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) decidiu tornar obrigatório o uso de coletes balísticos em oito tipos de situações.
De acordo com o Jornal de Notícias, os agentes da PSP vão passar a ser obrigados a usar coletes anti-balas em oito tipos de ocorrências. Casos de violência doméstica, consumo de álcool ou droga e entrada em bairros problemáticos são algumas das situações abrangidas pela medida.
Os oito tipos de ocorrência são: situações que envolvam o uso de qualquer arma por parte dos suspeitos; violência doméstica; que envolvam cidadãos suspeitos de serem portadores de anomalia psíquica; que envolvam cidadãos sob o efeito do consumo excessivo de álcool ou drogas; de desordem e agressões; operações de manutenção e/ou reposição da ordem pública; operações de busca domiciliária ou de execução de mandados de detenção e captura de suspeitos potencialmente agressivos ou violentos; e em zonas problemáticas durante o período noturno.
“A imprevisibilidade do serviço policial e do surgimento de um ataque à nossa integridade física, mesmo em ocorrências de rotina e de expectável baixo risco, aconselham um uso mais frequente de coletes balísticos, especialmente em determinadas missões em que com maior probabilidade podem ocorrer acidentes e/ou agressões”, escreveu Magina da Silva, diretor nacional da PSP, em comunicado.
Os polícias estão também obrigados a utilizar cinto de segurança sempre que se desloquem em viaturas oficiais.
A nova medida surge após confrontos recentes entre polícias e moradores de bairros problemáticos. Porém, a Direção Nacional da PSP não associa a decisão aos episódios recentes de violência contra as forças de segurança.
“Foram apenas episódios esporádicos. A PSP entra todos os dias, de forma pacífica, em todos os bairros do país. Há uma boa interação”, explicou fonte oficial ao JN.
Nas últimas semanas, houve alguns casos de violência contra a polícia. Num bairro no Parque das Nações, os agentes foram recebidos a tiro quando tentavam terminar uma festa. Em Cascais, dois polícias foram agredidos quando tentavam identificar dois jovens suspeitos de provocar desacatos numa loja.
O Sindicato Independentes dos Agentes de Polícia aplaude a decisão, mas mostra-se preocupado com a falta de material, uma vez que não há um colete para cada polícia. “Não será razoável, no momento em que atravessamos uma crise pandémica, a partilha de um equipamento que deve ser naturalmente pessoal”, refere o sindicato, em comunicado citado pelo JN.
A PSP reconheceu que o equipamento terá de ser usado por vários polícias, mas ressalva que este é utilizado por cima da farda e “não coloca em causa a saúde” dos agentes. Além disso, já está programada a encomenda de mais coletes “para se chegar ao estado ideal” de um colete por polícia.