Escavações revelam que o lixo deixado no exterior das muralhas da cidade de Pompeia não era apenas deitado fora. Os resíduos eram recolhidos, organizados e revendidos para depois serem usados, por exemplo, como materiais de construção.
Em declarações ao jornal The Guardian, a investigadora Allison Emmerson, que faz parte de uma equipa que trabalha em Pompeia, explica que o lixo foi empilhado ao longo de quase toda a parede externa no lado norte da cidade, entre outros locais.
Inicialmente, pensava-se que estes montes, alguns com vários metros de altura, tivessem sido formados quando um terramoto atingiu a cidade cerca de 17 anos antes de o vulcão ter entrado em erupção.
“Descobrimos que parte da cidade foi construída com lixo. As pilhas do lado de fora das muralhas não eram material que foi despejado para ser deitado fora. Estava a ser recolhido e classificado para ser revendido dentro de paredes”, explica Emmerson.
A investigadora, da Universidade Tulane, nos Estados Unidos, e os restantes colegas usaram amostras do solo para rastrear o movimento de detritos pela cidade. “O solo que escavámos difere de acordo com o local onde o lixo foi deixado originalmente”.
“O lixo deitado noutros lugares como latrinas ou fossas deixa para trás um solo rico e orgânico. Por outro lado, os resíduos que se acumularam ao longo do tempo nas ruas ou em montes fora da cidade resultam num solo muito mais arenoso”.
“A diferença no solo permite-nos ver se o lixo foi gerado no local onde foi encontrado ou recolhido de outros lugares para ser reutilizado e reciclado”.
Algumas paredes, por exemplo, incluíam materiais reutilizados como pedaços de azulejo e ânforas quebradas, bem como pedaços de argamassa e gesso. “Quase todas essas paredes receberam uma camada final de gesso, para esconder a ‘confusão’ de materiais que estava dentro”, explica Emmerson.
Se bem entendo Pompeia é território italiano e os romanos na altura vieram até cá e dominaram por toda ou quase toda a Europa, se já eram especialistas em reciclagem, hoje os seus descendentes italianos continuam a demonstrar qualidades na matéria ao enviarem-nos para cá o lixo fazendo de nós a lixeira da Europa com a conivência do poder político que por cá nos “governa”.