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Identificados os restos mortais de uma princesa santa em Inglaterra

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echiner1 / Flickr

Uma equipa de arqueólogos britânicos conseguiu identificar alguns ossos preservados numa igreja de Folkestone, no sudeste de Inglaterra, que terão pertencido a Saint Eansvida, uma princesa anglo-saxónica.

Saint Eansvida viveu aproximadamente entre os anos 630 e 650 e desempenhou um papel fundamental na cristianização da Grã-Bretanha, conta o jornal britânico The Guardian.

Os restos foram encontrados em meados de 1885 e, desde então, foram associados ao santo a quem a igreja em causa é dedicada. Agora, uma equipa de arqueólogos britânicos associou os restos mortais à princesa Saint Eansvida.

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Há mais de um século, a origem destes ossos era uma questão de fé. Contudo, e com o desenvolvimento de novas tecnologias, foram surgindo novos métodos capazes de determinar a quem pertenciam. Andrew Richardson, líder da investigação, disse ao diário britânico que a igreja deu “um passo corajoso” ao permitir que a relíquia fosse estudada.

“Podíamos ter dito simplesmente: “Amigos, não é ela” (…) Pensei que tínhamos 50% de probabilidade de a identificar e muitos dos meus colegas estavam céticos”, confessou.

Contudo, uma análise de radio-carbono permitiu datar os ossos exatamente no momento em que Eansvilda morreu. A idade da pessoa em causa – entre os 17 e os 21 anos – também corresponde à idade do santo, que terá morrido muito jovem.

Além disso, um estudo osteológico mostrou que a pessoa a quem os restos pertenceram não sofria de desnutrição e tinha poucos dentes danificados por alimentos duros, sugerindo-se assim uma origem nobre. Por tudo isto, os especialistas acreditam que os restos mortais pertençam a Saint Eansvida.

Princesa e santa

Eansvida era filha do Rei Ethelbert de Kent, que governou o seu pequeno reino entre 616 e 640. A princesa viveu de perto os primeiros passos da cristianização no território e o seu avó, Ethelberto, foi o primeiro rei anglo-saxão a adotar a fé católica.

Em meados do século VII, o processo de cristianização não tinha ainda atingido todo o território e vários governantes continuaram a praticar sua fé pagã.

Neste contexto, a princesa recusou casar-se com um rei pagão, optando por se tornar freira. Acredita-se que tenha fundado o primeiro convento feminino da Grã-Bretanha em Folkestone. Acabou por morrer cedo por causa da peste.

Mais tarde, foi canonizada e foram-lhe atribuídos vários milagres. Esta princesa santa era um símbolo importante da identidade local, notou ao jornal britânico The Independent o historiador Lesley Hardy, da Universidade Christ Church, em Canterbury.

“Folkestone é um lugar extremamente antigo, mas grande parte da sua herança foi apagada pelo desenvolvimento nos séculos XIX e XX. Eansvida estava no centro da comunidade: as pessoas viam-na como um herói local. Trazê-la à luz é algo especial”.

ZAP //

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