/

Este animal marinho produz óvulos e espermatozóides ilimitados ao longo da sua vida

(dr) Timothy DuBuc / Swarthmore College

Um minúsculo animal marinho, chamado Hydractinia, foi analisado ao pormenor por uma equipa de investigadores que descobriu aquela que pode ser considerada uma habilidade muito rara desta criatura.

Hydractynia consegue produzir ilimitadamente células germinativas, que são a base da formação de óvulos e espermatozóides, ao longo da sua vida. Segundo Andy Baxevanis, cientista do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (NHGRI) e um dos autores do estudo, este não era, contudo, o propósito da pesquisa.

Ainda assim, a descoberta pode ser muito útil para entender os processos subjacentes a alguns dos distúrbios mais complexos do sistema reprodutivo, mesmo em seres humanos.

Em termos de anatomia, este animal é muito diferente dos humanos. No entanto, o genoma da Hydractynia contém um grande número de genes subjacentes a várias doenças que afetam os seres humanos e essa característica faz com que esta minúscula criatura seja um modelo muito útil para os cientistas.

Nos seres humanos, a perda ou a interrupção das funções das células germinativas pode conduzir à esterilidade, ou seja, à incapacidade de se reproduzir. Ao contrário deste animal, os humanos não são capazes de reintegrar ou de recriar a base de células germinativas para “restaurar” o seu normal funcionamento.

Desta forma, a equipa de cientistas decidiu sequenciar e estudar o genoma desta forma de vida e publicaram o artigo científico na Science no dia 14 de fevereiro.

“Ter este tipo de dados de sequenciamento do genoma em mãos permitiu-nos restringir rapidamente a pesquisa dos genes específicos que transmitem às células estaminais da Hydractynia a necessidade de estas se transformarem em células germinativas“, explicou Baxevanis, citado pelo Phys.org.

Os investigadores analisaram um gene específico – Tfap2 – que parece ser o responsável pela produção perpétua de células germinativas nas Hydractynias.

Durante as experiências, os cientistas retiraram este gene do corpo dos animais e observaram que a produção de células germinativas foi interrompida, o que demonstrou o papel essencial deste gene na reprodução.

O mesmo gene está na base da regulação da produção das células germinativas em seres humanos.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.