Cientistas lançaram novas luzes sobre as origens do âmbar cinza, um material com uma aparência semelhante a uma rocha que é encontrada nas praias do mundo inteiro.
Anteriormente, supôs-se que este âmbar cinza — que chegou a ser de grande valor para o mundo da perfumaria devido ao seu odor — era um produto natural produzido por cachalotes. Mas nunca foi encontrada nenhuma evidência direta dessa teoria.
Por isso, escreve a revista Newsweek, para investigar as origens do também chamado “vómito de baleia”, uma equipa de cientistas da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, analisou ADN deste material encontrado nas praias da Nova Zelândia e do Sri Lanka e comparou-o com o ADN isolado de uma amostra recolhida diretamente de um cachalote na Holanda.
A análise revelou que as amostras de âmbar cinza tiveram origem em cachalotes, de acordo com o estudo publicado na revista científica Biology Letters. Embora não seja uma conclusão surpreendente, esta é a primeira vez que há uma prova direta desse processo.
De acordo com a revista, o facto de a equipa ter conseguido extrair ADN de “alta qualidade” do âmbar cinza é particularmente notável, uma vez que as amostras poderiam ter flutuado no oceano durante muitos anos e ter estado expostas à água salgada e ao sol.
Os resultados mais recentes podem ter implicações significativas para o estudo deste material, que tem sido objeto de discussão científica desde, pelo menos, o século XVIII, para além de fornecer informações sobre a biologia das baleias.
Por exemplo, o âmbar cinza pode agora ser usado como uma nova fonte de dados genéticos para investigar a dinâmica de populações passadas, dada a sua longa vida útil.