Faro vai dispor a partir de terça-feira de 200 trotinetes partilhadas através de uma plataforma eletrónica de mobilidade que já disponibilizava carros partilhados e que lança agora este serviço mais sustentável, disse o responsável da empresa em Portugal.
David Ferreira da Silva, responsável pela plataforma Bolt, contou à Lusa que, depois dos veículos automóveis, a empresa vai também disponibilizar trotinetes em Faro, a primeira cidade portuguesa onde vai proporcionar o serviço.
O Algarve volta assim a dispor destes veículos, para já apenas em Faro, depois de em novembro passado – 10 meses depois do início da operação na região -, as trotinetes elétricas terem sido retiradas das ruas da capital algarvia e de Portimão por motivos de opção empresarial ou falta de rentabilidade.
“Neste momento, cá em Portugal, só temos carros, se bem que temos diferentes tipos de categoria e para diferentes tipo de utilizador, mas tentamos dar também diferentes soluções e agora vamos complementar essa oferta de mobilidade para os utilizadores com as trotinetes”, afirmou.
David Ferreira da Silva referiu que a capital algarvia conta com cerca de uma dezena “de pontos de recolha e entrega”, estimando que “depois no verão” o serviço possa ser expandido “para outras cidades, quer no Algarve, quer no resto de Portugal”.
Fonte do gabinete do presidente da Câmara de Faro considerou o serviço como “positivo para uma mobilidade mais limpa”, mas sublinhou que, apesar de ter havido reuniões com a empresa, se trata de uma oferta privada, que vai no futuro ser reforçada com um “serviço próprio” da autarquia, em data a definir.
A mesma fonte disse ainda à Lusa que o serviço agora oferecido pela Bolt – nome que a antiga plataforma Taxify assumiu no ano passado, agora com um conceito mais abrangente – está sujeito a “todas as regras aplicáveis a este tipo de veículos”, como as “previstas no código da estrada”, exemplificou.
David Ferreira da Silva lembrou que há uma preocupação de “haver cada vez menos viagens em carros particulares” e “uma consciência maior das pessoas para se moverem de forma sustentável”, pelo que esta oferta vem ao encontro dessa necessidade.
O custo será de “um euro para desbloquear” a trotinete e de “15 cêntimos por minuto”, sendo “a tarifa máxima por dia de 19 euros”, quantificou a mesma fonte, frisando que os veículos estão limitados a uma velocidade máxima de 25 quilómetros por hora, embora os utilizadores possam, na aplicação, reduzir esse valor até aos 15 quilómetros por hora.
// Lusa
Não faz qualquer sentido tentar impor um brinquedo como meio de transporte aos cidadãos, que para além de ser notoriamente perigoso e não estar sujeito ao Código da Estrada, é também um veículo extremamente desconfortável que ao fim de 15/20 minutos provoca no condutor(a) uma fadiga muscular e corporal tremenda.
A tentativa de imposição deste brinquedo como meio de transporte, é também uma forma neoliberal de embrutecer e estupidificar o cidadão(ã).
As autarquias e o governo deveriam antes investir dinheiros públicos na melhoria, recuperação, e aperfeiçoamento, dos transportes públicos e suas respectivas linhas e percursos, bem como promover a criação de ciclovias devidamente pensadas e com as condições necessárias para o efeito, e a correcta organização e circulação do trânsito automóvel.
Enquanto que os ricos poderão continuar a utilizar os automóveis e a ter todo o conforto que os mesmos proporcionam, os cidadãos são levados aos poucos pelos neoliberais a prescindir do seu bem-estar e dignidade adoptando a miséria e comportamentos estranhos como algo normal.