Metade das crianças em acolhimento tem problemas de saúde mental

Mais de metade das 7032 crianças e jovens que viviam em instituições de acolhimento em 2018 tinham expressões e sintomas relacionados com problemas de saúde mental, revela o relatório CASA entregue ao Parlamento.

O jornal Público teve acesso ao relatório CASA – Caracterização Anual da Situação de Acolhimento, referente a 2018 e entregue, esta segunda-feira, à Assembleia da República. De acordo com o documento, das 7032 crianças e jovens que viviam em instituições de acolhimento, 65% (4554) incluem-se em grupos de grande vulnerabilidade.

Desse número, mais de metade (53%) manifesta expressões e sintomas relacionados com problemas de saúde mental e sinal disso é o universo de crianças com acompanhamento psiquiátrico regular (1593) ou irregular (394).

Segundo o diário, a fazer medicação psiquiátrica estavam 1639 (23,3%) e 2720 tinham acompanhamento psicológico regular ou irregular.

O relatório CASA revela ainda que 3781 crianças e jovens desenvolveram, antes ou durante o acolhimento, problemas de comportamento (cerca de 1900), problemas cognitivos, ou manifestaram sintomas psicóticos e dependências.

O matutino escreve que, perante esta realidade, o número de institucionalizados a beneficiar de casas de acolhimento especializado é ínfimo: apenas 97 em 2018 e, no ano anterior, tinham sido 94.

O relatório de mais de 170 páginas mostra também que a adição de drogas é predominante em jovens entre os 15 e os 17 anos, atingindo 78% deste conjunto de jovens em acolhimento.

Das mais de sete mil crianças e jovens, apenas 200 foram acolhidas em família de acolhimento em 2018, sendo que esse número era de 246 em 2017. O Público destaca que em descida não esteve apenas esse número, mas também o universo das crianças que reentraram no sistema de proteção: 225 quando tinham sido 240. Houve 15 crianças devolvidas à Segurança Social já depois de estarem a viver numa família adotiva.

ZAP //

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