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A NASA já escolheu o local para recolher amostras do asteróide Bennu

NASA / Goddard / Universidade do Arizona

Depois de um ano a analisar a superfície repleta de pedregulhos de Bennu, a equipa que lidera a primeira missão de retorno de amostras de um asteroide da NASA selecionou oficialmente um local de recolha de amostras.

A missão OSIRIS-REx (Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, Security, Regolith Explorer) concluiu que o local designado “Nightingale” – localizado numa cratera a alta latitude no hemisfério norte de Bennu – é o melhor local para a sonda OSIRIS-REx recolher as suas amostras.

A equipa OSIRIS-REx passou os últimos meses a avaliar dados detalhados dos quatro locais candidatos, a fim de identificar a melhor opção para a recolha de amostras. Os locais candidatos – apelidados de “Sandpiper“, “Osprey“, “Kingfisher” e “Nightingale” – foram escolhidos para investigação porque, de todas as regiões de potenciais amostragens em Bennu, estas áreas representam o menor risco à segurança da sonda e ainda fornecem uma oportunidade de recolher amostras de grande qualidade.

“Depois de avaliar minuciosamente todos os quatro locais candidatos, tomámos a nossa decisão final com base no qual possui a maior quantidade de material refinado e com que facilidade a nave pode aceder a esse material, mantendo-a segura,” disse Dante Lauretta, investigador principal da OSIRIS-REx na Universidade do Arizona em Tucson, EUA.

“Dos quatro candidatos, ‘Nightingale’ é o que melhor atinge estes critérios e, por fim, garante o sucesso da missão.”

O local “Nightingale” está localizado numa cratera com 140 metros. O rególito de “Nightingale” – ou material rochoso à superfície – é escuro e as imagens mostram que a cratera é relativamente lisa. Como está localizado no extremo norte, as temperaturas na região são mais baixas do que noutras partes do asteroide e o material da superfície está bem preservado. Pensa-se também que a cratera seja relativamente jovem e o rególito recentemente exposto. Isto significa que o local provavelmente permitirá a recolha de uma amostra pristina do asteroide, dando à equipa uma visão da história de Bennu.

Nightingale apresenta desafios

Embora “Nightingale” esteja no topo da classificação, o local ainda apresenta desafios para a recolha de amostras. O plano original da missão previa um local de amostra com um diâmetro de 50 metros. Embora a cratera que hospeda “Nightingale” seja maior, a área segura o suficiente para a sonda pousar é muito menor – aproximadamente 16 metros de diâmetro, resultando num local com apenas um-terço do tamanho originalmente previsto.

Isto significa que a sonda precisa atingir com precisão a superfície de Bennu, que é um dos asteróides mais próximos da Terra. “Nightingale” também tem uma pedra do tamanho de um edifício situada na orla leste da cratera, que pode representar um perigo para a nave quando se afastar após o contacto com o local.

A missão também selecionou “Osprey” como local de reserva para recolha de amostras. A sonda tem a capacidade de executar várias tentativas de amostragem, mas qualquer perturbação significativa na superfície de “Nightingale” dificultaria a recolha de uma amostra dessa área numa tentativa posterior, tornando necessário um local de “backup”.

A sonda está construída para interromper autonomamente a aproximação se a posição prevista estiver demasiado perto de uma área perigosa. Durante esta manobra, as plumas de exaustão dos propulsores da sonda podem potencialmente perturbar a superfície devido ao ambiente de microgravidade do asteroide. Em qualquer situação onde uma tentativa subsequente de pousar em “Nightingale” não seja possível, a equipa tentará recolher uma amostra no local “Osprey”.

“Bennu desafiou a OSIRIS-REx com terreno extraordinariamente acidentado,” disse Rich Burns, gestor do projeto OSIRIS-REx no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA. “A equipa adaptou-se empregando uma técnica de navegação ótica mais precisa, embora mais complexa, para poder entrar nestas pequenas áreas. Também vamos equipar a OSIRIS-REx com a capacidade de reconhecer se está a caminho de uma característica superficial perigosa dentro ou adjacente do local e interromper a manobra antes que isso aconteça.”

Com a seleção do local primário e do local de reserva, a equipa da missão realizará mais voos de reconhecimento por cima de “Nightingale” e “Osprey”, começando em janeiro e continuando até à primavera.

Uma vez concluídas estas passagens, a sonda começará ensaios para a sua primeira tentativa de recolha de amostras “touch-and-go”, prevista para agosto. A sonda partirá de Bennu em 2021 e tem regresso à Terra previsto para setembro de 2023.

// CCVAlg

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