O majungassauro, um dinossauro carnívoro que viveu em Madagáscar há 70 milhões de anos, tinha a capacidade de substituir os seus dentes a cada 56 dias.
Os tubarões são famosos por conseguirem substituir os seus dentes ao longo da vida com bastante facilidade, mas, de acordo com um novo estudo, não estão sozinhos. Segundo o IFLScience, o majungassauro, um dinossauro carnívoro que viveu em Madagáscar há 70 milhões de anos, também conseguia esta proeza.
Uma equipa de cientistas da Universidade Adelphi e da Universidade de Ohio, ambas nos Estados Unidos, examinou as minúsculas linhas de crescimento dos dentes — o equivalente aos anéis de árvores — de um fóssil deste dinossauro. Também analisou as mandíbulas fossilizadas para ter um vislumbre de dentes que não irromperam e que pudessem estar escondidas no osso.
Além disso, os investigadores examinaram as taxas de substituição dentária de dois outros terópodes — o alossauro e o ceratossauro —, tendo descoberto que estes dinossauros substituíam os seus dentes a cada cem dias ou mais.
Então, porque é que o Majungasaurus precisava de novos dentes com tanta frequência? A equipa acredita que provavelmente se devia a uma alta taxa de desgaste pelo facto de roer os ossos das suas presas.
“Estavam a desgastar os dentes rapidamente, possivelmente porque roíam ossos. Há evidências independentes disto na forma de arranhões e espaçamentos que correspondem ao espaçamento e tamanho dos seus dentes numa variedade de ossos — ossos de animais que teriam sido suas presas”, explica em comunicado Michael D. D’Emic, investigador da Universidade Adelphi e autor principal do estudo agora publicado na PLOS ONE.
Mastigar ossos requer dentes muito fortes, algo que o majungassauro não possuía. Por isso, o dinossauro desenvolveu a capacidade de substituir os dentes a cada 56 dias. Desta forma, o animal conseguia fazê-lo 13 vezes mais depressa do que outros dinossauros carnívoros, afirma D’Emic.