O nepalês Nirmal Purja conseguiu o recorde do mundo ao subir aos 14 pontos mais altos do mundo em pouco mais de seis meses.
Nirmal Purja, um nepalês de 36 anos, tornou-se, esta terça-feira, o mais rápido a escalar as 14 montanhas mais altas do mundo, ao fazê-lo em pouco mais de seis meses, avançou a sua agência de caminhadas – Seven Summit Treks -, assegurando que outros alpinistas levaram vários anos para conseguir este feito.
Depois de escalar Annapurna, o décimo ponto mais alto, a 23 de abril, Purja enfrentou a escalada de Dhaulagiri, Kanchenjunga, Everest, Lhotse e Makalu no mês seguinte. De seguida viajou para o Paquistão, onde escalou Nanga Parbat, Gasherbrum I, Gasherbrum II, K2 e Broad Peak. Seguiu-se o Nepal, onde subiu a Cho Oyu e Manaslu, e o Tibete.
O alpinista iniciou esta série a que chamou “Projeto Possível” e reivindica um novo recorde. “Missão cumprida”, publicou Nirmal Purja no Instagram, após ter alcançado do Tibete, a 14ª montanha mais alta do mundo.
“Nims” Purja, como é conhecido, é um ex-soldado das forças especiais britânicas e era completamente desconhecido no cenário do montanhismo até iniciar a sua missão.
De acordo com o Sapo24, o recorde anterior de escalada dos famosos “14 8.000” era do polaco Jerzy Kukuczka, que completou a mesma façanha após sete anos, 11 meses e 14 dias, em 1987. O italiano Reinhold Messner foi o primeiro a escalar os 14 picos, um ano antes.
O sul-coreano Kim Chang-ho completou o desafio num prazo um mês superior ao de Kukuczka. Mas ao contrário do polaco, que morreu num acidente de escalada em 1989, ele nunca usou oxigénio suplementar.
O prazo de sete meses estabelecido por Purja era visto como uma tarefa física e logisticamente impossível. O programa de escaladas era tão apertado que não permitia eventuais problemas que o obrigassem a fazer uma nova tentativa. “Todos riam de mim.”
O alpinista integra uma categoria que tem a velocidade como a marca mais característica. No entanto, estas escaladas não agradam os puristas das montanhas. Alan Arnette, que escreve num blog sobre alpinismo, disse à AFP que o feito é “extremamente impressionante”, “sem levar em consideração o estilo (oxigénio suplementar, apoio de sherpas [pessoas que ajudam os alpinistas], vias clássicas, helicópteros entre montanhas, etc”.
“Nirmal Purja estabeleceu uma barreira que levará décadas para superar ou que nunca será superada”, acrescentou.
Dos 14 picos mais altos do mundo, oito estão no Nepal, cinco no Paquistão e um no Tibete. Especialistas em escalada dizem que pouco mais de três dezenas de alpinistas já subiram os 14 picos até agora, avança o Diário de Notícias.