Mais de 50 manifestantes estiveram hoje presentes em protesto na estação do Campo Grande contra a criação da linha circular do Metropolitano de Lisboa, demonstrando o seu descontentamento com o projeto e tentando sensibilizar o Governo para outras opções.
Os participantes da iniciativa do movimento “Contra o Fim da Linha Amarela” gritavam palavras de ordem e tinham tarjas em que se podia ler frases como: “Não à Linha Circular” e “Diga não ao corte da Linha Amarela”.
Em declarações à agência Lusa, Paulo Alves, da Comissão de Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, afirmou que a linha circular deve ser suspensa pelo novo Governo, reiterando que a atual “opção é um erro”.
“Aquilo que nós entendemos é que esta opção é um erro. Os dinheiros públicos [cerca de 210 milhões de euros] que aqui vão ser investidos seriam mais bem investidos na expansão do Metro de Lisboa [para] Loures, Alcântara”, observou.
De acordo com Paulo Alves, a concentração visou sensibilizar e desafiar o Governo para que tome outra posição que não inclua a construção da linha circular.
Já Paulo Sousa, membro do movimento “Contra o Fim da Linha Amarela”, disse que este projeto vai prejudicar a vida dos utentes do metro, pois o tempo de espera vai ser maior nas estações.
“Nós estamos a falar de 800 mil habitantes que são afetados por esta medida, que são aqueles que residem neste eixo, entre o Campo Grande, Lumiar, Ameixoeira, Odivelas, Loures”, enumerou à Lusa.
Para o membro do movimento, a ideia da concentração foi recuperar o tema da linha circular para a agenda política.
“[A nossa ideia] é recuperar a discussão pública que não foi feita em relação àquilo que é o plano de expansão do metro”, realçou.
Em julho deste ano foi aprovada uma resolução que recomenda a suspensão do projeto da criação de uma linha circular no Metro de Lisboa, com os votos favoráveis de todas as bancadas, exceto o PS, que se absteve.
A linha circular pretende ligar a estação do Cais do Sodré (linha Verde) à do Rato (linha Amarela) e para isso está prevista a construção de duas novas estações: uma na zona de Santos e outra na zona da Estrela.
A atual linha Verde vai desde o Cais do Sodré a Telheiras, mas com esta obra passará a ter as estações da linha Amarela (a partir da Cidade Universitária até ao Rato), formando assim um ‘círculo’ no metropolitano da capital.
A linha Amarela, que agora vai do Rato a Odivelas, vai perder todas as estações até ao Campo Grande e aí ficará com Telheiras (que era da linha Verde) e passará a ir de Telheiras até Odivelas.
A concentração de hoje contou também com a participação dos representantes dos grupos parlamentares do PS, BE, CDS-PP, PSD, PCP e PAN.
// Lusa