Republicanos invadem audiência sobre impeachment de Trump e atrasam depoimento em mais de cinco horas

Parlamentares republicanos invadiram esta quarta-feira uma audiência fechada na qual prestava depoimento uma testemunha no processo de impeachment do presidente Donald Trump.

Pelo menos 20 parlamentares entraram numa sala de reunião fechada do Capitólio, conhecida como SCIF, impedindo o depoimento de uma funcionária do Pentágono sobre o suposto abuso de poder de Trump para que o governo da Ucrânia investigasse Hunter Biden, filho do seu adversário político democrata Joe Biden.

O acesso sem autorização a uma sala SCIF — espaço especialmente desenhado para impedir espionagem eletrónica — é uma violação do regulamento da Câmara dos Representantes. Na invasão, os republicanos entraram no local com os seus telemóveis, o que constitui uma violação grave das normas de segurança.

Alguns parlamentares publicaram mensagens nas suas contas no Twitter a partir do interior da SCIF, onde prestava depoimento Laura Cooper, funcionária do departamento de Defesa encarregada da política para a Ucrânia.

“ÚLTIMA HORA: Liderei 30 colegas até à SCIF onde Adam Schiff [o presidente do Comité de Inteligência da Câmara dos Representantes] recebia o depoimento para o impeachment de forma secreta. Ainda dentro — seguem mais detalhes”, escreveu no Twitter o representante republicano Matt Gaetz, um aguerrido defensor de Trump.

Os democratas qualificaram a invasão de manobra publicitária. Todos os integrantes dos três comités encarregados do processo de impeachment — tanto democratas como republicanos — estão autorizados a presenciar os depoimentos e a interrogar as testemunhas.

Alex Mooney, um dos parlamentares que entrou na SCIF com Gaetz, revelou que quando Schiff viu o grupo “pegou na testemunha e saiu da sala, porque se nega a realizar uma audiência de forma transparente”.

Os republicanos contrários ao impeachment parecem ter adotado uma nova estratégia para combatê-lo: atacar o processo em si, alegando que é inválido porque a Câmara não votou o início da investigação e o processo carece de transparência.

A ação ocorre dois dias após Trump incentivar o seu partido a “ser mais firme e lutar” contra o processo de impeachment.

ZAP // Lusa

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