A primeira ação aconteceu às 4h00 da madrugada deste domingo. Centenas de manifestantes ocuparam um centro comercial em Paris, um “símbolo do capitalismo”.
A polícia ainda recorreu a gás lacrimogéneo para dispersar a multidão quando tentava entrar no edifício, mas os manifestantes acabaram por permanecer ali durante cerca de 17 horas. Apesar das tentativas das autoridades de os retirar, o grupo só abandonou o centro comercial de manhã.
Noutra capital europeia, também este domingo, centenas de manifestantes montaram tendas em frente ao Parlamento Alemão. “Na próxima semana, Berlim será bloqueada no maior número possível de locais. Queremos mostrar que a mudança é necessária. O governo precisa de entender isso”, disse um dos participantes à Euronews.
Criado há um ano, o grupo de ativistas ambientais Extinction Rebellion prevê ações em 60 cidades de todo mundo a partir desta segunda-feira. Lisboa não é uma delas, sublinha o Observador.
Em Londres, o grupo ameaça organizar bloqueios na cidade que podem durar mais de suas semanas. Os ativistas mantêm em segredo o seu programa de atuação, do movimento intitulado “Rebelião Internacional”. “Aos governos deste mundo, declaramos emergência climática e ecológica. Vocês não fizeram o suficiente. A todos vós, rebelem-se”, lê-se no site.
Na capital britânica, as manifestações começam às 10h00 com bloqueios em zonas de acesso tão importantes que podem vir a condicionar acessos a hospitais, de acordo com o jornal britânico The Telegraph. Questionado sobre se está preocupado com essa possibilidade, um dos ativistas pediu desculpa, garantindo que vão permitir a passagem de ambulâncias, mas apontou: “Estamos a ficar sem tempo”.
Na greve climática da semana passada, os ativistas da Extinction Rebellion Portugal que cortaram a Avenida Almirante Reis, junto ao Banco de Portugal. Montaram tendas e ameaçaram não sair dali, preparados para ficar toda a noite. O protesto pacífico acabou pelas 21h30, mas elementos da PSP tiveram, no entanto, de retirar os manifestantes à força. Uma pessoa foi detida.
No site, os ativistas justificam o apelo com o facto de nem os governos nem os empresários estarem a “fazer nada” e de o “ponto de não retorno” estar próximo. “Isto não é um apocalipse distante. Pessoas de todo o mundo estão a sofrer e a morrer, neste momento. Espécies inteiras estão a extinguir-se. E isto só vai ficar pior. O momento de agir é agora”, lê-se.
É louvável preocuparem-se e alertarem os outros para esta causa, contudo, tem-se assistido a muita responsabilização e quase nenhuma implementação de medidas concretas para mudar a situação, sobretudo por parte dos mais jovens que tanto reivindicam mas que quase nada fazem.
Seria muito bom ver os mais jovens a consumir menos. Por exemplo, utilizarem o mesmo telemóvel durante 3 anos em vez de o trocarem a cada ano; reaproveitarem o material escolar do ano anterior em vez de comprarem tudo novo no ano seguinte; irem de autocarro para a escola em vez de pedirem aos pais para os levar; não andar sempre a mudar o guarda roupa conforme as modas; consumirem menos maquilhagem; tomarem banhos rápidos em vez de os pais terem de os mandar fechar a água; o turismo é dos sectores mais poluentes que existem, deveriam ter a vontade de viajar muito menos; terem vontade de ir viver para o campo e de cultivar uma horta em vez de passarem o seu tempo livre agarrados ao telemóvel; …
Seria muito bom ver, especialmente os mais jovens, a mudarem os seus hábitos em vez de optarem por uma política de continuidade e depois responsabilizarem os mais velhos por aquilo que não foi feito. Se o mercado oferece é porque a procura existe. Cada um tem a sua responsabilidade.
A solução é muito simples: temos que ser menos! Enquanto a população continuar a crescer e os recursos naturais cada vez menos, não há quem nos acuda.