Os 82 migrantes a bordo do barco humanitário Ocean Viking, das organizações não-governamentais (ONG) SOS Méditerranée e Médicos Sem Fronteiras (MSF), poderão desembarcar num porto de Lampedusa.
“As autoridades italianas acabam de oferecer ao Ocean Viking um porto de desembarque seguro. Depois de seis dias do primeiro resgate, os 82 migrantes a bordo desembarcarão em breve em Lampedusa”, escreveu a MSF nas redes sociais.
A ONG e as autoridades locais não especificaram pormenores sobre o desembarque e os meios locais asseguram que a Guarda Costeira italiana está a analisar se permite a entrada no porto ao Ocean Viking ou transfere os migrantes para outros barcos italianos em águas internacionais e os transporta para terra.
Em Itália ainda está em vigor o decreto de proibição de entrar em águas territoriais para barcos com migrantes, que foi aprovado pelo anterior Executivo, da Liga e do Movimento 5 Estrelas.
O anúncio de um porto para o navio ocorre depois de, em 12 de setembro, o Governo italiano ter informado que vários países europeus, sem especificar quais, concordaram no realojamento dos migrantes salvos a bordo.
O barco da SOS Méditerranée e da MSF socorreu em 8 de setembro 50 pessoas no Mediterrâneo e em 10 de setembro acolheu outras 34, que tinham sido assistidas no mar por um veleiro que não tinha condições para as manter a bordo. Nos últimos dias, uma mulher grávida de nove meses e o marido tiveram de ser retirados para Malta.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, pediu em Bruxelas para que os países europeus promovam um mecanismo automático de redistribuição dos migrantes que navegam pelo Mediterrâneo com destino à Europa.
O Ocean Viking já esteve duas semanas no Mediterrâneo com 356 migrantes a bordo em agosto passado, até seis países europeus concordarem no realojamento dos resgatados, uma situação extrema criticada pela MSF, que pediu à UE um sistema permanente em vez de pactos pontuais para cada situação.
// Lusa