Governo desmente apoios do Turismo de Portugal à Ryanair

O Ministério da Economia está a acompanhar o encerramento da base da Ryanair em Faro e garantiu à Lusa que “não existem apoios por parte do Turismo de Portugal para instalação de bases de companhias aéreas”.

Em resposta à Lusa, fonte oficial do Ministério da Economia disse que a tutela “está a acompanhar a situação e pediu informações às entidades envolvidas, não tendo, neste momento, qualquer indicação quanto a redução de voos ou de capacidade aérea para o Algarve”.

A Ryanair comunicou, esta terça-feira, que vai encerrar a base no aeroporto de Faro em janeiro de 2020, e despedir cerca de 100 trabalhadores, embora mantenha os voos.

No mesmo dia, a presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo, participou numa reunião na Direção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT) para discutir os serviços mínimos para a greve que irá decorrer de 21 a 25 de agosto.

A dirigente do SNPVAC alertou para que este anúncio “vem num ‘timing’ que parece de tentativa de coação para que as pessoas tenham medo de fazer greve”. No entanto, garante que “a decisão estava tomada há muito tempo, não foi por causa de greve”, e revelou ainda que a companhia aérea deverá anunciar o encerramento de mais bases na Europa.

A dirigente referiu ainda que, para já, não estão em causa mais empregos em Portugal, onde a Ryanair conta com mais três bases, no Porto, em Lisboa e nos Açores.

A presidente do SNPVAC defendeu que “importa agora saber quais os contratos que a Ryanair fez com o Governo, que benefícios teve e se valeu a pena” e lamentou que a greve possa ser usada para justificar este encerramento.

De acordo com o Expresso, o sindicato decidiu fazer uma queixa junto da Direção Geral da Concorrência europeia (DGComp) para que esta investigue os subsídios dados pelo Estado português à Ryanair para ter uma base em Faro e voar a partir daí.

“Foram distribuídos vários milhões de euros pelo Estado português em subsídios à Ryanair para que esta tivesse voos a partir de Portugal, e vamos fazer junto da DGComp e pedir-lhe que investigue isso. Em Faro estamos a falar de subsídios atribuídos ao longo de nove anos”, disse ao semanário Bruno Fialho, membro do SNPVAC.

A 1 de agosto, a Ryanair admitiu que poderá despedir até 500 pilotos e 400 tripulantes de cabine, devido ao impacto do “Brexit”, do aumento do preço dos combustíveis e do atraso na entrega dos aviões Boeing 737 Max.

ZAP // Lusa

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