Um grande inquérito revelou que a ausência de consumo cultural é justificada por falta de tempo ou de interesse dos portugueses.
Um grande inquérito aos hábitos de consumo cultural realizado pela plataforma de divulgação cultural Gerador e produzido pela Qmetrics com base numa amostra de 1192 entrevistas a indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos residentes em Portugal mostra que a cultura é o sexto setor mais importante da sociedade portuguesa com uma avaliação de 8,9 (num máximo de 10), atrás da saúde (9,6), educação (9,5), ambiente (9,3), segurança (9,2) e ciência (8,9).
No entanto, apesar da apreciação positiva, a grande maioria da população (64%) considera que só disponibilizará mais tempo para consumir cultura nos próximos dez anos.
Segundo o Expresso, o estudo demonstra que o consumo é maioritariamente dedicado ao cinema, sendo que 82% viram um filme nos últimos seis meses, enquanto que só 57% leram um livro.
Mais de 50% dos inquiridos não visitaram qualquer monumento ou foram a algum concerto; enquanto mais de 60% não entraram num museu, exposição ou assistiram a uma peça de teatro (71%). A preferência pelo cinema não implica ida a salas, pois 61% dizem ter visto filmes na televisão e 21% na internet.
Em relação a lugares de património visitado, os portugueses preferem o Mosteiro da Batalha (80%), Mosteiro dos Jerónimos (78%), Oceanário de Lisboa (76%) e Torre de Belém (74%). Os eventos mais participados são o São João do Porto, Santo António de Lisboa e a Feira de São Mateus, em Viseu, todos com respostas superiores a 30%.
Já os espaços visitados no último ano são liderados pela Altice Arena, Museu dos Coches, Centro Cultural de Belém e Casa da Música, todos com mais de 40% de respostas positivas.
O estudo revela também a lista dos atores mais admirados, com Ruy de Carvalho, Eunice Muñoz e Diogo Morgado a receberem a maior parte das preferências. Na música, os Xutos estão no topo, seguidos por Tony Carreira e Mariza. Entre os artistas plásticos, Joana Vasconcelos recebe a maioria das preferências e só depois surgem Paula Rego e Júlio Pomar. Nos escritores, José Saramago é o mais admirado, à frente de Eça de Queirós, José Rodrigues dos Santos e Fernando Pessoa. Nos realizadores, os eleitos são Manoel de Oliveira e António-Pedro Vasconcelos.
Um “grande inquérito” com uma amostra de 0,01% da população!…