O Instituto Nacional de Estatística (INE) não vai incluir no Censos 2021 uma pergunta sobre a origem étnico-racial dos cidadãos, como pretendia a maioria dos membros do grupo de trabalho criado pelo Governo para avaliar a questão.
O presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE), Francisco Lima, explicou, em conferência de imprensa, que se trata de uma “questão complexa, que exige mais recolha de informação”, mas recusou que os Censos sejam o meio mais apropriado para essa recolha de informação, adiantando que os Censos são um recenseamento da população e não uma ferramenta para a sua classificação.
De acordo com a TSF, na prática, as pessoas seriam questionadas se são brancas, negras, ciganas ou asiáticas, mas a forma exata da pergunta, que podia ser sensível, ainda não estava definida. O objetivo da colocação das pessoas de acordo com a sua origem étnico-racial seria avaliar as desigualdades sociais que afetam pessoas de diferentes origens.
Em declarações à rádio, o presidente do INE explicou que não era possível incluir, em tempo útil, para 2021, sem estudos, a pergunta sugerida, recordando a experiência de outros países que tiveram “revoltas” da população.
No entanto, o INE admite que as desigualdades entre pessoas de diferentes origens étnico-raciais são um assunto importante e promete fazer um inquérito só sobre este assunto, “encontrando um instrumento apropriado para avaliar estas questões, medindo, como queria o grupo de trabalho, situações de igualdade e descriminação, algo que não seria adequado de fazer no censos”.
ZAP // Lusa